Vídeo flagra fusca de socióloga sendo furtado em Santos (SP)
Uma socióloga que realiza uma pesquisa sobre carros roubados teve o seu fusca, considerado ‘xodó’ e que carrega um grande apego emocional, furtado em Santos, no litoral de São Paulo. Apesar de classificar a situação como ‘irônica’, por conta da relação com o tema de trabalho dela, Isabela Vianna não esconde a dor pela perda do veículo.
Ao g1, ela conta que o carro foi furtado na segunda-feira (30) à noite, por volta das 19h, na Rua Nove de Julho, no bairro Marapé. A mãe dela, que não teve o nome divulgado, foi a última da família a dirigir o fusca. Um boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado pela internet.
Não é só uma coisa material, tem um apego e muita história. O fusca vai muito além de tudo e, principalmente, do valor. Já me ofereceram muito mais do que paguei, mas nunca pensei em vender, pois gosto muito dele
— Isabela Vianna, socióloga e dona do fusca
Câmeras de segurança de um estabelecimento nas proximidades da rua em que o veículo foi furtado flagraram a ação criminosa. No conteúdo, é possível ver que uma pessoa se aproximou a pé e, em determinado momento, invadiu o carro. A ação durou menos de um minuto, e o fusca seguiu sentido à Rua Alfredo Albertini. (Veja o vídeo acima)
Isabela conta que comprou o veículo há aproximadamente seis anos. Ele a acompanhou desde o tempo em que cursava o ensino superior em uma universidade de São Carlos (SP). O sonho de ter um “carro antigo”, por sua vez, veio da infância.
“Meu avô teve uma oficina a vida inteira. Quando ficou mais velho, começou com o hobby de comprar um carro antigo e restaurá-lo inteirinho. Assim que surgiu a minha relação”, lembra.
Fusca é considerado ‘xodó’ pela socióloga Isabela Vianna — Foto: Arquivo pessoal
De acordo com Isabela, o fusca proporciona ao seu dono uma experiência diferente de outros carros. “Muitas pessoas te param na rua para falar sobre ele. Todos que gostam têm uma história para contar. Alguns entram e falam: Nossa, esse cheiro de fusca me lembra de alguns episódios da minha vida. Além disso, quando alguma peça dele se quebra, alguns mecânicos podem até fazer o conserto de graça”.
A socióloga conta que parte do seu trabalho de pesquisa envolve o tema do roubo e furto de carros. “É muito irônico tudo isso. Nós [a equipe] já publicamos até um livro em inglês e, em um dos capítulos que escrevi, o assunto era o desmanche. Este, agora, é o meu medo”.
Atualmente, a pesquisa desenvolvida por ela trata das atividades informais, ilegais e criminais relacionadas às economias de carros em segunda mão entre a América Latina, a Europa e a África.
Publicar comentários (0)