Uma das pessoas que estava na fila era o marceneiro Robério Batista Ferraz, de 52 anos, que veio de Limeira, no interior de São Paulo. Segundo ele, foram quatro horas de viagem até Santos. “Sai de casa hoje de manhã e passei parte do dia na estrada. Agora estou mais duas horas na fila e tudo está valendo a pena. São seis horas que ficarão guardadas para sempre”, disse ele.
Ainda segundo Robério, ver o Pelé pela última vez tem um significado especial. “Eu vim me despedir e agradecer pelo que ele fez pelo Brasil. Eu estou emocionado só de pensar em estar próximo dele, mesmo dentro do caixão. Ele é uma lenda, jamais terá outro”, contou.
Robério Batista Ferraz, de 52 anos, veio de Limeira para se despedir de Pelé, em Santos — Foto: Daniela Rucio
O advogado Carlos Alberto Matiussso, de 29 anos, também enfrentou quatro horas e meia de estrada para se despedir do Rei do Futebol. Ele veio de Indaiatuba, no interior paulista, e estava na Vila Belmiro desde a manhã desta segunda-feira.
Vestido com a camisa do Santos, Carlos disse que gostaria de ter visto o Pelé jogar, mas infelizmente a despedida será de outra forma. “Eu vim homenagear o maior de todos os tempos. É a única e última chance”, disse.
Segundo o advogado, ele escolheu torcer para o Santos porque desde pequeno ouvia o pai falar sobre o Rei. “Sou santista de alma e de coração. Escutei meu pai falar muito dele quando eu era criança. Está valendo a pena enfrentar a fila, o calor e o tempo de estrada. Nunca mais vamos ter alguém parecido, que jogue como ele jogou. “Eterno, Rei!”.
Carlos Alberto Matiusso veio de Indaiatuba, no interior paulista, para se despedir de Pelé — Foto: Daniela Rucio
O pedreiro Antônio Rangel, de 59 anos, passou seis horas na estrada, de Curitiba a Santos, para se despedir do Rei Pelé, na Vila Belmiro. Com um cartaz de autoria própria para homenagear o Rei do Futebol, Rangel percorreu a fila quilométrica nos arredores do estádio até chegar ao gramado.
“Cheguei hoje cedo (em Santos), às 5h30. Foram seis horas de trajeto, vindo de ônibus. É muito triste, muita emoção e tristeza. Queria que o dia fosse melhor, conta. No cartaz, Rangel escreveu: “Descanse em paz, Pelé. Nós te amamos!”
Pedreiro de Curitiba viaja por seis horas para despedida de Pelé, na Vila Belmiro, em Santos — Foto: Daniel Gois/g1
Pelé morreu na quinta-feira (29), depois de um mês internado no Hospital Albert Einstein, na Capital. Ele tratava de um câncer no cólon.
O quadro sofreu agravamento no dia 21 de dezembro, quando o boletim médico indicava “progressão oncológica”, com necessidades de cuidados para as funções renais e cardíacas.
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