Quando o jogo começa, aos poucos a cidade vai ficando vazia. Cada um arruma um jeitinho de dar uma paradinha para assistir a partida, inclusive o motorista que se benze quando rola a bola.
Seja na Zona Sul ou na Zona Norte da cidade, o “vamos meu Brasil” é ouvido. O amarelo e verde da camisa da seleção brasileira é resgatada e todos usam sem vergonha.
Menos de um minuto da partida, lá vai o Brasil para a área de Camarões: o povo vai ao delírio. Mas, a pelota vai para fora.
A tia do churrasquinho não para nem na hora do jogo — Foto: g1/Stephanie Rodrigues
Enquanto isso, na Uruguaiana – um dos principais comércios do Rio, que normalmente, as pessoas estão só de passagem e correndo – comerciantes e vendedores param e se dividem entre ver o jogo, atender os clientes e fazer um churrasquinho… claro, acompanhado de uma cervejinha gelada.
“Aqui a gente não pode parar. Assistimos e atendemos. É pelo Brasil”, conta Simone Cristina Cruz, enquanto abana um papelão para acertar a churrasqueira.
Márcia Cunha no Choppinho do Geleia, na Uruguaiana — Foto: g1/Stephanie Rodrigues
Trabalhadores mantém animação durante jogo do Brasil — Foto: g1/Stephanie Rodrigues
Enquanto o jogo rola, Leonardo Vinicius corta o cabelo de Messias de Lima. Nem na hora do jogo o trabalho pode parar.
“Vim cortar o cabelo na hora do jogo porque, quando acabar a partir da e Brasil ganhar, estou pronto para a farra”, brinca Messias, o comerciante.
“Gente, um pedido para o mesa 24. O da mesa 11 já tá saindo? Sai o chopp”, Márcia Cunha, um das proprietárias Choppinho do Geleia, de um quiosque da Uruguaiana.
Bar Choppinho do Geleia, na Uruguaiana — Foto: g1/Stephanie Rodrigues
Entre um pedido e outro, a escapada para ver a partida. Já são 40 minutos do primeiro tempo e 0 a 0. Nem isso fazer a galera deixar a empolgação de lado.
“Vamos, pô, passa essa bola. Faz um gol”, grita um.
Mas, o juiz apita e fim do primeiro tempo. Esperança é o que não falta para o segundo tempo.
Leonardo Vinicius corta cabelo de Messias de Lima — Foto: g1/Stephanie Rodrigues
Bateria não para durante jogo entre Brasil e Camarões no Rio — Foto: g1/Stephanie Rodrigues
No intervalo do jogo, cerveja e samba. Minutos depois… Autoriza o árbitro e recomeça o jogo no segundo tempo.
Na Central do Brasil, por onde Dom Pedro II deu o ar da graça, quem pode parar dá um jeitinho.
Cariocas assistem ao jogo entre Brasil e Camarões — Foto: g1/Stephanie Rodrigues
No Terminal Américo Fontenelle, onde milhares de pessoas chegam e saem em direção a Baixada Fluminense, quem tá atrás do volvente para para ver mais uma disputa.
Sentado no ônibus, de uma linha que vai para Nova Iguaçu, Josilei Ferreira diz: “podiam fazer um gol, né? Acabei de largar o serviço e eles podiam marcar”, diz o profissional.
Motorista Josilei Ferreira assiste à partida entre Brasil e Camarões de dentro do ônibus — Foto: g1/Stephanie Rodrigues
Enquanto isso, os ambulantes faturam com quem para para espiar.
Churrasquinho no Rio durante jogo do Brasil — Foto: g1/Stephanie Rodrigues
Já são 90 minutos de jogo e Camarões faz um gol. A tristeza toma conta, mas a esperança não morre.
Fim de jogo. Agora, a vida daqueles que tiverem que parar um pouquinho para ver o jogo… volta ao normal. Na próxima segunda-feira (5) tem mais .
O vendedor Lucas Luiz, sacramenta: “Segunda é ‘nóis’. Teremos o Hexa, pow”, voltando a atender os clientes em um bar.
Camarões vence o Brasil por 1×0; atendentes comentam o jogo — Foto: Stephanie Rodrigues/g1
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