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O tricampeão mundial pela Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jitsu (CBPJJ), Thaynã Higor, de 25 anos, foi morto a tiros no dia do aniversário do próprio pai. Ao g1, a irmã do jovem, a auxiliar administrativa Ariany Batista, revelou nesta sexta-feira (14) que a vítima ligou para a família, em Guarujá (SP), pouco antes do crime e disse que daria um abraço no aniversariante no mesmo dia.
Thaynã Higor estava de costas para o criminoso, Maurício Souza Alves, de 35 anos, quando foi morto a tiros na frente de um restaurante na Avenida Marechal Mallet, no bairro Canto do Forte, em Praia Grande (SP). Além dele, Walter Ramos Filho, de 67, também foi baleado no local. O autor dos crimes foi preso em flagrante.
Era Dia das Crianças e também aniversário do pai dele. O Thaynã ligou e disse: ‘Estou em Praia Grande, mas darei um abraço no senhor [o pai]’. Ele ligou para dizer que estava chegando, mas nunca chegou.
— Ariany Batista, irmã de Thaynã
Thaynã Higor foi morto a tiros em Praia Grande, SP — Foto: Reprodução/Redes Sociais e PG Mil Grau
Ariany acrescenta que Thaynã Higor estava no restaurante de comida japonesa acompanhado da noiva e de um casal de primos. Conforme apurado pelo g1, o jovem teria saído do estabelecimento enquanto aguardava um transporte quando foi morto.
“Era o único filho dele. Somos três irmãos, mas de pais diferentes. Todos nós passamos mal ontem. A noiva, que presenciou a tragédia, e a nossa mãe, estão em estado de choque”, complementou a mulher.
Thaynã Higor estava aguardando um transporte quando foi abordado pelo criminoso, por volta das 23h, em frente ao restaurante Katsuya, localizado na avenida Marechal Mallet. Uma câmera de segurança registrou o momento em que o homem atira contra o paratleta, que morreu no local.
Depois, o atirador entrou no estabelecimento e atirou contra Walter Ramos Filho. Em seguida, o homem fugiu. Ele foi perseguido por moradores, entrou em uma pizzaria e fez reféns, mas acabou sendo preso.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Praia Grande, Walter chegou a ser atendido pelo Serviço de Atendimento de Emergência (Samu) e encaminhado em estado grave para o Hospital Municipal Irmã Dulce. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu nesta quinta-feira.
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Thaynã tinha uma lesão no plexo braquial, que limitava os movimentos e a desenvoltura muscular do braço esquerdo, por conta de um erro médico durante o seu parto. A limitação, porém, foi superada pelo talento e a força de vontade do lutador, que sonhava com o crescimento da modalidade.
O atleta começou a treinar jiu-jitsu em 2010. Mesmo com a oficialização de alguns torneios para pessoas com deficiência, ele não deixou de lutar em torneios convencionais, para pessoas sem deficiência.
Os campeonatos para a categoria dele no Brasil começaram em 2014. Ele foi tricampeão brasileiro e mundial nos campeonatos organizados pela Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jitsu (CBPJJ). Em 2018, ele sagrou-se bicampeão do Abu Dhabi World Festival ParaJiu Jitsu, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Na época, ele concedeu entrevista ao ge.globo e falou dessa conquista. “Foi gratificante demais, pois batalhei muito com os meus professores e amigos de treino.”
“Foi uma rotina pesada de jiu-jitsu e funcional com minha preparadora física. Fora a correria, com familiares e amigos, para conseguir patrocinadores para custear as despesas da viagem. Mas tudo foi recompensado com o pódio, tirei um peso das costas e fiquei com aquele sentimento maravilhoso de dever cumprido. Todo esforço valeu a pena”, disse ao ge.
Thaynã Higor foi um dos destaques em Abu Dhabi — Foto: Arquivo Pessoal
Por: G1
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