No último dia 13, o Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (Ircca), o órgão responsável pela droga, afirmou que as vendas superaram as previsões e que há dificuldade para repor.
“Nossa instituição e as empresas produtoras estamos trabalhando arduamente para reverter essa situação e podermos dar respostas a esse forte crescimento do mercado”, disse o Ircca em uma publicação em uma rede social.
Com a nova maconha no mercado, o total de vendas neste ano deve ser equivalente ao dobro das vendas do ano passado, de acordo com projeções do Ircca.
Liberação com regulamentação
Quando o Uruguai decidiu legalizar a maconha, em 2013, o país resolveu que haveria um controle governamental do mercado. Há três formas de obter maconha legalizada:
- Tirando licença para plantar.
- Participando de clubes de cultivo.
- Obtendo licença para comprar a maconha controlada pelo governo em farmácias.
O governo dá concessões para produtores plantarem maconha que será vendida nas farmácias. Esse produto é altamente controladp pelo governo, que define suas características –entre elas, a quantidade de THC.
Cristiano Maronna, diretor da ONG Justa e defensor da regulamentação da maconha no Brasil, diz que no começo da venda do produto legalizado a maconha disponível nas farmácias uruguaias era de baixa potência. A decisão de começar com produtos de menor concentração de THC, o principal composto psicoativo da maconha, foi tomada para minimizar os riscos à saúde pública.
Até o fim de 2022, havia duas variedades de maconha, alfa e beta, que tinham concentrações mais baixas de THC. Em dezembro do ano passado, foi lançada a gamma, que é mais potente.
“A ideia era permitir que as pessoas se acostumassem com a regulamentação, observando os efeitos, incluindo o potencial aumento ou diminuição do consumo. A lógica por trás dessa abordagem era começar com opções menos potentes e, à medida que a regulamentação amadurecesse e fosse avaliada, considerar a introdução de produtos mais potentes no mercado. Como o Uruguai legalizou a maconha em 2013 e começou a vender em 2015, já se passou tempo suficiente para avaliar os resultados”, afirma ele.
Há cerca de 60 mil pessoas autorizadas a comprar maconha nas farmácias do Uruguai.
Maronna da Justia diz que um dos desafios no Uruguai é a persistência de um mercado clandestino. “Mesmo após a legalização, cerca de 30% a 40% dos consumidores no Uruguai continuam a recorrer ao mercado clandestino, seja por razões de preço ou por preferência pessoal de permanecer na clandestinidade. Isso destaca a necessidade de políticas públicas eficazes para eliminar o mercado clandestino e atrair mais pessoas para o mercado legal”, diz ele.
Outra questão polêmica no país é o limite de droga que se pode adquirir: 40 gramas por mês por pessoa. É um limite estabelecido para evitar o uso abusivo. Embora seja uma medida destinada a proteger a saúde pública, ela gera debates sobre comparações com outras substâncias, como álcool.
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Por: G1
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