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O município tem 142,879 km², cortados por rios e mangues, que sofreram o impacto da poluição. Com a Rodovia Anchieta, a cidade tornou-se um grande centro de tráfego de veículos de passeio e de carga entre São Paulo e a região da Baixada Santista. Mas, seu destaque é o grande parque industrial que abriga 24 empresas.
De acordo com a Organização Mundial em Saúde (OMS), as indústrias estão entre os maiores poluidores atmosféricos — o que foi e continua sendo o maior desafio da cidade, que trabalha para não voltar às condições da década de 80.
A situação, no entanto, mudou após 1984, depois de uma das maiores tragédias ambientais brasileiras, o incêndio da Vila Socó que matou 93 pessoas. Na ocasião, uma tubulação de combustível, que passava pela comunidade, rompeu e espalhou aproximadamente 700 mil litros do produto inflamável pelo mangue.
Isso fez com que as indústrias se unissem aos moradores e autoridades públicas para dar a volta por cima. O plano deu certo e Cubatão e conseguiu controlar 98% do nível de poluentes do ar, recebendo um novo título da ONU, desta vez, Cidade Símbolo da Recuperação Ambiental, em 1992.
Confira abaixo a história da cidade que transformou o ‘Vale da Morte’ em ‘Vale da Vida’:
Vila Parisi, em Cubatão (SP), no dia 3 de maio de 1985 — Foto: João Vieira/Arquivo A Tribuna
O historiador Welington Ribeiro Borges, de 59, saiu de Minas Gerais (MG) e foi para Cubatão aos seis anos de idade. De acordo com ele, na década de 80 as indústrias lançavam aproximadamente mil toneladas de poluentes na atmosfera por dia.
A poluição da água, do solo e do ar, junto à falta de legislação ambiental da época, causou inúmeros casos de mortes por doenças respiratórias e anencefalia — condição em que o cérebro e o crânio não se desenvolvem. Estes motivos fizeram a cidade ficar conhecida como ‘Vale da Morte’ e ser considerada a mais poluída do planeta pela ONU.
Problemas respiratórios eram comuns em Cubatão (SP), na década de 80 — Foto: Reprodução/Globo Repórter
A maioria destes casos, de acordo com Welington, foram registrados na Vila Parisi, um bairro situado no coração das indústrias, ou seja, a maior parte da carga de poluição ficava naquela região. A área deixou de ser habitada após o então prefeito José Oswaldo Passarelli decretar a extinção do bairro.
“Quando trabalhei no arquivo municipal tive contato com uma parte dos formulários de atendimento ambulatorial do antigo pronto-socorro da Vila Parisi. Eram milhares de fichas e, em uma rápida observação, a gente via que a maioria das pessoas era atendida por problemas do aparelho respiratório”, lembrou.
Atualmente, boa parte dos moradores da Vila Parisi se concentra no bairro Jardim Nova República. A região que foi extinta, por sua vez, foi transformada em um centro logístico para caminhões.
Sete toneladas de peixes mortos no Rio Casqueiro, em Cubatão (SP) — Foto: Robynson Señoraes/g1
Welington explicou que a poluição prejudicava ainda mais as pessoas que já tinham problemas de saúde, principalmente, respiratórios. Elas eram obrigadas a se mudar para cidades vizinhas para conseguir sobreviver.
Segundo o historiador, alguns moradores usavam máscaras de proteção para conseguir circular pelo município sem sentir o cheiro de “óleo diesel e enxofre”. Além disso, o especialista lembrou que o céu tinha uma camada escura e amarelada.
Dezenas de pessoas morreram durante incêndio na Vila Socó, em Cubatão — Foto: Arquivo/A Tribuna Jornal
“As pessoas conviviam da maneira como podiam […]. O sentimento que todos tinham era de não dizer que era daqui [de Cubatão]. Geralmente, dizíamos que morávamos em Santos ou outra cidade da região”, disse.
Uma das maiores tragédias ambientais brasileiras, de acordo com Welington, aconteceu em Cubatão e fez com que as autoridades iniciassem o projeto de recuperação ambiental da cidade. Em 24 de fevereiro de 1984, foram registradas 93 mortes no incêndio da Vila Socó.
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O incêndio aconteceu após o vazamento de combustível de um duto que ligava a Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) ao terminal portuário da Alemoa. A tubulação, que passava pela comunidade, rompeu e espalhou algo em torno de 700 mil litros do produto inflamável pelo mangue.
“Encerra nesse episódio a história triste da poluição”, lamentou o historiador.
O título de cidade mais poluída do mundo, além de impactar a saúde das pessoas e devastar o meio ambiente, deixou Cubatão com uma imagem negativa mundialmente. Isso só começou a mudar em 1985, um ano depois do incêndio da Vila Socó, quando o Programa de Controle de Poluição Ambiental foi implantado.
Em nota, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) explicou que o plano de ação foi iniciado por decisão do então governador André Franco Montoro. O principal objetivo do projeto foi controlar as fontes de poluição do ar, água e solo.
Na época, segundo a Prefeitura de Cubatão, foram instalados nas indústrias filtros que conseguiram controlar a emissão de poluentes no ar, além de terem sido estabelecidas normas mais rígidas quanto à utilização de recursos hídricos e despejo de material na natureza.
Ainda de acordo com a administração municipal, foram investidos aproximadamente US$ 3 bilhões, o equivalente a R$ 163 bilhões, na cotação atual. Veja alguma das ações do plano:
➡️Filtros em chaminés
➡️Despoluição dos rios e córregos
➡️Gerenciamento de todos os resíduos produzidos
➡️Medições das emissões de gases no ar
➡️Recuperação da Mata Atlântica e replantio de árvores
Imagem aérea do polo industrial de Cubatão, SP — Foto: Arquivo A Tribuna
A Cetesb enviou à equipe de reportagem o controle, levantado à época, das fontes de poluição da cidade. Veja abaixo:
Controle de Poluição Ambiental, em Cubatão, entre a década de 80 e 90
Poluição | Fontes autuadas | Fontes controladas |
Ar | 230 | 207 |
Águas | 44 | 44 |
Solo | 46 | 46 |
Total | 320 | 297 |
Além dessas, 23 fontes foram desativadas. Atualmente, de acordo com a Cetesb, as fontes autuadas à época possuem controle. Algumas ações continuam sendo realizadas para manter o resultado do programa. Sendo elas:
O g1 entrou em contato com a ONU para solicitar o ranking atualizado das cidades mais poluídas do mundo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Por: G1
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