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Vídeo mostra capitão e cabo da PM, réus por homicídio, revistando homem baleado na Operação Escudo

today24 de julho de 2024 3

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Os policiais foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pela morte de Fabio Oliveira Ferreira, de 40 anos, em 28 de julho na Rua Albino Masques Nabeto, em Vicente de Carvalho, em Guarujá.

De acordo com o MP-SP, os agentes estavam em patrulhamento quando encontraram a Fabio caminhando a pé. Sob alegação de que ele estava com uma arma na cintura, o abordaram. O homem teria se rendido, levantando as mãos para cima.

Ainda de acordo com a denúncia apresentada pelo MP-SP, mesmo a vítima estando rendida e sem oferecer resistência, o capitão Marcos teria efetuado três disparos de fuzil, atingindo a região torácica e a mão direita dele. Em seguida, Ivan teria disparado duas vezes com Fábio caído no solo.



O vídeo obtido pelo g1, conforme apurado, é do momento seguinte aos tiros. Nele é possível notar os policiais revistando Fabio. As imagens foram feitas por uma pessoa que passava pelo local.

Policiais revistando homem que haviam baleado durante Operação Escudo, em Guarujá (SP) — Foto: Reprodução

O g1 entrou em contato com a Polícia Militar, mas não obteve retorno até última atualização desta reportagem. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) disse que não comenta decisões judiciais.

O juiz Thomaz Correa Farqui, da 3ª Vara Criminal de Guarujá, aceitou a denúncia do MP-SP e suspendeu a dupla das funções públicas. Na decisão, o magistrado determinou o prazo de dez dias para que os agentes se manifestem por escrito.

Farqui levou em conta indícios de que Marcos Correa de Moraes Verardino e o cabo Ivan Pereira da Silva praticaram homicídio qualificado, usando os cargos e armamentos públicos para fugir do “dever funcional” e “agir como perigosos criminosos”. “Executaram [segundo uma análise perfunctória e provisória] pessoa imobilizado, sem qualquer capacidade de reação”, considerou.

Para o juiz, a suspensão das funções se faz necessária para garantir o andamento do processo e evitar novos crimes. Isso porque, de acordo com a denúncia, os policiais teriam agido para manipular provas, apagando imagens das câmeras existentes no cenário criminoso e modificando o local do crime.

“Isto demonstra que, a continuarem no exercício de suas funções, poderão os réus não só investir contra outras vítimas, mas também agir para atrapalhar a produção probatório (o que, repito, segundo narrativa ministerial, já fizeram logo após o crime)”, destacou o juiz.

Atenção, imagens fortes — Foto: g1

Policiais revistando homem que haviam baleado durante Operação Escudo, em Guarujá (SP) — Foto: Reprodução

Depois da abordagem, os policiais notaram câmeras instaladas na região e pediram acesso aos gravadores para o morador. Eles ficaram com os equipamentos por um tempo e devolveram ao dono dizendo que a aparelhagem não gravava.

Na versão do boletim de ocorrência, Fábio estava em atitude suspeita e tentou sacar uma arma ao ser abordado. Um dos agentes efetuou disparos enquanto o outro tentou tomar a arma de Fábio, disparando mais vezes.

De acordo com o registro policial, o homem chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Ele havia sido preso três vezes por tráfico de drogas, por roubo e por homicídio, e era considerado um dos chefes de uma facção criminosa na Baixada Santista.

Esta é a terceira denúncia da Operação Escudo. Ao todo, já são seis policiais militares réus.

Justiça torna réus PMs da Rota por forjar confronto e matar homem na Operação Escudo

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A Operação Escudo foi deflagrada na região após a morte do PM da Rota Patrick Bastos Reis, em julho de 2023. Na ocasião, o agente foi baleado durante patrulhamento em Guarujá (SP).

Em 2024, com novas mortes de PMs na região, o governo voltou a realizar operações na Baixada – desta vez, batizadas de Verão. Na que vigorou entre 3 de fevereiro e 1º de abril, 56 pessoas foram mortas em ações policiais.

Com as operações na Baixada, as mortes cometidas por policiais subiram 86% no primeiro trimestre de 2024, segundo ano do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.

À época, entidades de direitos humanos denunciaram na Organização das Nações Unidas (ONU) o governador Tarcísio e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. Tarcísio rebateu:

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse o governador.

PMs atuaram de 28 de julho a 5 de setembro na Operação Escudo em Guarujá, SP, que resultou em 28 mortes — Foto: Divulgação/PM

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Por: G1

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