Marisa Lobo – 06/12/2023 09h11
A educação familiar é um dos temas mais recorrentes nas minhas ministrações e seminários pelo Brasil, sendo de grande interesse por parte dos cristãos. Entretanto, vejo que muitos têm confundido ensino com doutrinação. Por isso, quero trazer algumas pontuações a esse respeito no artigo de hoje.
Primeiramente, precisamos entender que os conceitos etimológicos das palavras ensino e doutrinação são semelhantes, tendo ambos a transmissão de algo, seja conteúdo verbal ou não, como sentido essencial, considerando que esse último deriva da palavra “doutrinar”.
O ensino é caracterizado pela reflexão e consequente compreensão das coisas, de modo que o aprendizado ocorre de maneira racional, conceitualmente legível e praticável em diferentes aspectos.
A didática de Jesus Cristo junto aos seus discípulos é o maior e mais perfeito exemplo de ensino. No tempo que passaram com o Senhor, os apóstolos foram ensinados a compreender a vontade de Deus, e isto de várias maneiras, desde parábolas que traduziam questões complexas em simplicidade às atitudes que davam testemunho prático das lições.
Pelo exemplo de Jesus, vemos que o ensino é um processo que envolve tempo, dedicação, amor e interação. É também uma troca, daí o conceito de ensino-aprendizagem tão defendido por alguns, mas tão mal empregado, resultando daí o que chamamos de doutrinação ideológica.
Chamados para ensinar
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”, diz a passagem de Provérbios 22:6. Isso porque, como pais cristãos, seguimos a didática de Jesus e colocamos em prática o ensino, não a doutrinação.
A doutrinação tem a ver com a transmissão de conteúdo destituída de sentido. É o ato de condicionar alguém a agir ou pensar conforme a visão do doutrinador, e não porque realmente compreende o que lhe é repassado.
A criança que é doutrinada, em vez de ensinada, pode até desenvolver uma visão adaptada a certa doutrina, mas ela é artificial, porque o conteúdo transmitido não foi acompanhado de sentido prático e conceitual produzido a partir do seu próprio senso crítico, mas do condicionamento.
É isso o que os ativistas ideológicos vêm fazendo com os nossos jovens, sendo também por isso, em parte, que temos um número cada vez maior de jovens enfrentando crises de saúde mental, pois estão sendo doutrinados para reproduzir o mesmo modus operandi de estupro mental do qual foram vítimas.
É aqui onde nós, pais cristãos, devemos nos diferenciar, colocando a didática de Jesus em prática, a fim de que os nossos filhos aprendam a partir do exemplo e da compreensão fiel à realidade, e não de um mundo falsificado pelas ideologias.
Não devemos, portanto, ter o receio de estimular em nossos filhos o senso crítico, desde que envolto numa atmosfera de respostas corretas e apropriadas para cada idade. Isso apenas os levará a um entendimento sólido sobre as verdades da vida, e, consequentemente, a Jesus.
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Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.
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* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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