Reforma tributária foi votada na quarta-feira Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
A atual proposta de reforma tributária no Brasil, que foi votada em tempo recorde, é um crime contra o pagador de imposto. Embora seja apresentada como uma medida para simplificar o sistema de impostos, essa reforma na verdade sufocará a população, aprofundando desigualdades e impondo uma carga tributária completamente draconiana.
O mercado imobiliário, que já enfrenta inúmeros problemas, tende a piorar ainda mais com a nova reforma. A introdução de novas alíquotas e a elevação de impostos sobre imóveis dificultará a compra de uma casa, especialmente para as camadas mais pobres da população. A expectativa é que o custo dos imóveis suba, tornando o sonho da casa própria ainda mais distante para muitos brasileiros.
Uma das propostas mais chocantes da reforma é a introdução de uma alíquota de 27% sobre determinados rendimentos. Em um país onde o salário médio é muito inferior ao de nações desenvolvidas, essa taxa é simplesmente absurda. Para muitos brasileiros, isso representará uma redução significativa no poder de compra e na qualidade de vida, tornando o cotidiano ainda mais difícil.
Outro ponto polêmico é a criação do chamado “imposto do pecado”, que incidirá sobre produtos como bebidas alcoólicas e cigarros. Embora o objetivo seja desencorajar o consumo desses produtos, na prática, esse imposto penaliza os consumidores, especialmente os de baixa renda. Além disso, não há garantias de que a arrecadação será utilizada de maneira eficiente para promover a saúde pública.
A reforma também propõe a criação de mais dois impostos, aumentando ainda mais a complexidade e a carga tributária no país. Em vez de simplificar, essas novas taxas apenas adicionarão mais camadas a um sistema já burocrático e oneroso. Essa medida desestimula o empreendedorismo e pode afastar investidores, limitando o crescimento econômico e a geração de empregos.
Lembrando que o IPVA também foi criado com a promessa de ser um imposto temporário, o resultado foi a perpetuação de mais uma forma do estado arrecadar em cima do pagador de imposto. Nada que ajude o estado se torna “temporário” se analisarmos a história do Brasil.
Se aprovada, essa reforma colocará o Brasil entre os países com as maiores cargas tributárias do mundo. Já convivemos com um sistema tributário complexo e oneroso, que muitas vezes impossibilita a iniciativa empresarial e a inovação. Com a nova reforma, essa situação vai se agravar ainda mais, afastando investimentos estrangeiros e limitando o crescimento econômico. A única forma real de resolver o problema tributário no Brasil é reduzindo o Estado.
Rafael Satiê é analista político, especialista em Comunicação e diretor de Marketing.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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