Duas divisões militares secretas de Israel, o Mossad e a Unidade 8200, foram apontadas como responsáveis por um ataque inédito e coordenado contra o grupo extremista libanês Hezbollah, entre os dias 17 e 18 de setembro de 2024. A ação resultou em 20 mortes e deixou centenas de feridos no Líbano, em uma operação que envolveu a sabotagem de equipamentos de comunicação do Hezbollah.
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, as agências de inteligência israelenses interceptaram e sabotaram uma compra de milhares de pagers e walkie-talkies feita pelo Hezbollah, que estava utilizando esses dispositivos como alternativa aos celulares, na tentativa de evitar o rastreamento por parte de Israel. Os aparelhos sabotados foram equipados com explosivos leves e indetectáveis, que foram detonados remotamente. Os pagers, por exemplo, tocaram antes de explodirem, atraindo os usuários a manuseá-los.
A Unidade 8200, que é o braço de guerra cibernética e inteligência das Forças de Defesa de Israel (FDI), foi identificada como a principal responsável pelo planejamento da operação, que levou mais de um ano para ser concluída. A unidade, que surgiu na década de 1950, tem um papel crucial na coleta de dados e ataques cibernéticos, sendo comparada à Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA). No passado, ela foi responsável por operações como o envio de vírus que desativou centrífugas nucleares do Irã nos anos 2000.
A operação reflete a capacidade técnica da Unidade 8200, que se destaca por sua organização em pequenas equipes formadas por jovens altamente treinados, cuja cultura é frequentemente comparada ao ambiente de uma startup tecnológica.
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