Fábio Guimarães – 20/08/2024 16h16
Querido leitor da família Pleno.News, é com imenso carinho que após três longos anos volto a escrever neste espaço especial. Parece que foi ontem, mas a primeira lauda que tive a oportunidade de escrever por aqui foi em 25 de junho de 2017, intitulada: Competitividade, o desafio Brasil. O portal nasceu oficialmente uma semana depois, em julho de 2017 e acaba de comemorar 7 anos de vida.
Lembro que fui o primeiro colunista do portal. Na verdade, lembro de inúmeras reuniões com a direção nos meses que antecederam seu nascimento, nas quais discutíamos estratégias, visão, missão e valores deste inovador projeto de comunicação que hoje é um farol que ilumina um jornalismo sério e preocupado com os valores de uma sociedade cristã.
O bom filho à casa torna, feliz e honrado em retomar este espaço, peço licença para discutirmos o problema do mercado de apostas no Brasil.
A epidemia das “bets” é uma tragédia para as famílias brasileiras!
Para azar dos brasileiros os jogos invadiram os lares de norte a sul do país. Recente estudo demonstra que R$ 68 bilhões foram gastos com as chamadas “bets”, no balanço entre apostas vencedoras e perdedoras o brasileiro perdeu quase R$ 24 bilhões para a “banca”.
O brasileiro apostador é, na média, o trabalhador que não tem reservas financeiras, não tem uma poupança, aplicações no Tesouro Direto ou ações na Bolsa de Valores, é o brasileiro que tem sua Propensão Marginal a Consumir (c) próxima de 1.
O que é isto? Explicando o “economês” é o brasileiro que gasta seu suado dinheiro com apostas, mas caso não tivesse apostado teria investido esse recurso na economia local, estimulando assim a demanda agregada e por consequência a geração de emprego e renda.
Esses quase R$ 24 bilhões perdidos pelas famílias possui um efeito multiplicador nocivo na economia brasileira, pois significa o arrefecimento na produção de bens e serviços que desencadeia na diminuição da atividade econômica local (comércio) e por fim o desemprego na indústria e no comércio, desemprego este que assola muitos dos que outrora foram ou são apostadores de “bets”.
É um ciclo, vicioso e nocivo que se fecha e tem como consequência a tragédia de milhares de famílias brasileiras.
O cassino agora está na palma da mão do brasileiro. O vício, a compulsividade, a ansiedade e a depressão também já são realidade e estão de mãos de dadas com o nosso povo.
A ludopatia é a doença relacionada com o transtorno do jogo patológico, é uma condição que pode devastar a vida financeira, social, familiar e emocional das pessoas. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) sugerem que mais de 2 milhões de brasileiros podem estar com algum nível de transtorno de controle de impulsos, àquele desejo incontrolável de continuar jogando, independentemente das nefastas consequências negativas do jogo.
Estudos recentes da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) demonstra que 60% dos brasileiros que já fizeram alguma aposta esportiva perderam dinheiro para as “bets”.
Vale lembrar que o atual governo brasileiro regulamentou a arrecadação com essas “bets” em dezembro de 2023 e a previsão de arrecadação em impostos é de R$ 12 bilhões. Ou seja, nossos governantes não perderam tempo em abocanhar um quinhão desse mercado; ao que parece sem grandes preocupações com os problemas sociais e de saúde pública que já são uma realidade em milhares de lares do nosso país.
Você, querido leitor do Pleno.News, não caia nesse engodo. O jogo mata! Defenda a vida, em especial de sua família, sua verdadeira preciosidade!
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Fábio Guimarães é economista, formado pela UFRRJ com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC-RJ. Palestrante, consultor e debatedor, atua há mais de 20 anos como gestor nos poderes Executivo e Legislativo, com ênfase nas áreas de trabalho, renda e desenvolvimento econômico.
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* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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