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Alemães veem antissemitismo em alta, aponta pesquisa

today3 de novembro de 2023 6

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Segundo Habeck, a Alemanha permite críticas ao Estado de Israel, bem como a defesa dos direitos do povo palestino, mas não tolera qualquer tipo de violência contra judeus. “Não se deve tolerar nenhuma forma de antissemitismo – nenhuma”, ressaltou em mensagem divulgada nesta quarta-feira (01/11).

Um em cada dois alemães se diz preocupado

O vice-chanceler não é o único a ver o antissemitismo em alta no país: um em cada dois alemães (52%) têm essa percepção, segundo a pesquisa Deutschlandtrend, conduzida pelo instituto Infratest Dimap e encomendada pela emissora pública ARD.



Do outro lado, quase quatro em cada dez entrevistados dizem não ver aumento do antissemitismo.

Antissemitismo na Alemanha

Partido de preferência Está aumentando Não está aumentando
Verdes 71 24
SPD 64 29
CDU/CSU 56 39
Esquerda 56 39
AfD 40 46

Numa sondagem em 2019, feita logo após o atentado de extrema-direita contra uma sinagoga em Halle que deixou dois mortos, 59% dos alemães afirmaram ver um aumento do antissemitismo e 35% refutaram essa percepção.

A pesquisa não estratificou os dados para eleitores do partido FDP, dos liberais-democratas. O motivo é que a sigla, que precisa de ao menos 5% dos votos para ocupar assentos no Bundestag (Parlamento alemão), ficou abaixo desse patamar em intenção de votos.

Como os alemães avaliam a reação de Israel

O ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro e suas consequências preocupam a opinião pública alemã. Um em cada três entrevistados (74%) afirma estar muito comovido com os eventos atuais no Oriente Médio.

Para desmantelar o Hamas, Israel recorre a bombardeios e enviou tropas a Gaza. O grupo radical islâmico – classificado como terrorista por União Europeia e Estados Unidos, dentre outros países árabes e do Ocidente – não reconhece o Estado de Israel e tem como objetivo declarado a destruição do país.

Indagados sobre a reação militar de Israel aos atentados, 35% dos entrevistados disseram considerá-la proporcional; para outros 8%, ela é insuficiente. Já 41% afirmaram que o país age de maneira desproporcional. Um ponto importante para muitos alemães é que civis sejam poupados do conflito.

A resposta militar de Israel ao ataque terrorista do Hamas

Opinião sobre a reação militar

Fonte: Fonte: Pesquisa infratest dimap/ARD-DeutschlandTREND conduzida em 02/11/2023. Valores porcentuais em relação a 100%. Não sabem/não responderam: 16%

Um em cada quatro alemães (25%) acha que as investidas militares de Israel contra o Hamas estão justificadas mesmo quando palestinos civis são afetados, contra 61% que compartilham opinião contrária.

A resposta militar de Israel ao ataque terrorista do Hamas

Opinião sobre as ações militares, mesmo que com impacto sobre civis palestinos

Fonte: Fonte: Pesquisa infratest dimap/ARD-DeutschlandTREND conduzida em 02/11/2023. Valores porcentuais em relação a 100%. Não sabem/não responderam: 14%

Quem é responsável pela situação em Gaza?

Oito em cada dez entrevistados (81%) dizem se preocupar com as mais de 200 pessoas sequestradas pelo Hamas. O bem-estar de civis em Israel preocupa 65% dos entrevistados, enquanto em relação aos civis palestinos esse índice chega a 72%. Uma eventual expansão do conflito na região é temida por 78%.

Responsabilidade pela situação de civis em Gaza

Fonte: Fonte: Pesquisa infratest dimap/ARD-DeutschlandTREND conduzida em 02/11/2023. Valores porcentuais em relação a 100%. Não sabem/não responderam: Hamas (13%), Israel (15%)

Em relação à situação humanitária da população civil palestina na Faixa de Gaza, 77% dos alemães concordam que o Hamas tem responsabilidade, total ou em maior parte, pelas condições atuais “catastróficas” – nas palavras de organizações de ajuda humanitária que atuam na região. Mas também 57% responsabilizam Israel pelo quadro.

Alemães continuam insatisfeitos com o governo

A sondagem representativa, realizada entre segunda (30/10) e quinta-feira (02/11) com 1.314 eleitores, também incluiu uma avaliação do trabalho do governo federal. Em comparação com o mês anterior, o chanceler Olaf Scholz e sua equipe ministerial tiveram um desempenho ligeiramente melhor, mas ainda assim desfavorável: 23% aprovam o trabalho do gabinete, 4% a mais que na sondagem anterior, enquanto 76% desaprovam, uma melhora de 3%.

Se a eleição para o Bundestag ocorresse naquele momento, a coalizão atual – integrada por SPD, Verdes e FDP – deixaria de existir.

Os cristãos-democratas (CDU/CSU) e a Alternativa para a Alemanha (AfD) continuam os favoritos, com 30% e 22% das intenções de votos, respectivamente. O SPD teria 16% e os verdes, 14%. Já a Esquerda atingiria a marca dos 5%, garantindo sua sobrevivência no parlamento federal.

Quais as chances de Sahra Wagenknecht?

Por décadas uma das mais famosas políticas da Esquerda, Sahra Wagenknecht anunciou a criação de seu próprio partido – gesto positivamente avaliado por 36% dos eleitores, e reprovado por 51%. Três em cada dez (29%) afirmaram que poderiam votar na nova legenda – entre os motivos, a maioria cita decepção em relação aos outros partidos (40%) e simpatia pela figura de Wagenknecht (28%).

Potenciais eleitores dela citam como temas prioritários a política migratória (25%), seguida de políticas econômicas e sociais (18%), bem como questões de política externa e relacionadas à Ucrânia (11%).




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Por: G1

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