Um bebê teve a clavícula esquerda fraturada durante o parto em um hospital de São Vicente, no litoral de São Paulo. Ao g1, a mãe, Glória Stefani Rodrigues dos Santos, de 25 anos, contou que saiu da unidade de saúde antes de receber alta médica por não receber assistência. “Não tinha condições de ficar lá com ele berrando e a pediatra dizendo que não era nada demais”, afirmou ela.
O caso aconteceu na Maternidade Municipal, no Hospital São José. Glória explicou que não teve problemas durante a gestação de Noah Gabriel. Na segunda-feira (8), ela chegou no hospital com sete centímetros de dilatação e, aproximadamente três horas depois, iniciou o trabalho de parto.
A mãe estava cansada e disse não lembrar do momento em que o filho nasceu. Mas, a madrinha do bebê, a autônoma Larissa Baptista da Silva, de 23 anos, estava acompanhando a amiga e explicou ao g1 que a parte abaixo do peito de Noah não estava saindo, então, a obstetra precisou usar a força.
“A obstetra puxou por baixo dos dois bracinhos dele e, na hora, ela soltou o bracinho esquerdo dele e continuou puxando até sair”, disse Larissa. Em seguida, ainda de acordo com a madrinha, Glória e o bebê foram para o quarto do hospital.
No entanto, Noah não parava de chorar e não mexia o braço esquerdo. A madrinha lembrou do momento do parto e pediu para a pediatra exames de raios-x. Segundo Larissa, a médica disse que o bebê tinha sofrido uma lesão, mas que seria curado, sem intervenção médica, em duas semanas.
A madrinha explicou que a dor que o bebê estava sentindo fez com que Glória não conseguisse amamentá-lo e Noah começou a perder peso. Por este motivo também, o hospital não podia dar alta médica para a família.
“Elas [equipe médica] não faziam nada em relação ao bracinho dele. Ficavam falando que era normal e uma hora ia passar. As enfermeiras entravam [no quarto] para tentar forçar ele mamar, ele gritava e começava a chorar”, conta Larissa.
Diante da situação, o pai do bebê foi até a Delegacia de São Vicente, na quinta-feira (11), e questionou o que poderia ser feito, já que o bebê não recebia tratamento. Os policiais disseram que a família poderia ir embora do hospital, sem alta médica.
Eles saíram da unidade de saúde e, no mesmo dia, o bebê foi atendido por um ortopedista em um pronto-socorro no bairro Jardim Rio Branco. Na unidade de saúde, o médico confirmou a fratura na clavícula de Noah, como é possível ver na imagem acima, e imobilizou a região com uma tala.
“Assim que foi imobilizado o bracinho dele, ele já conseguiu mamar e parou de chorar um pouquinho, mais do que estava chorando”, contou a madrinha do menino.
Noah se recupera em casa e já recebeu um encaminhamento para acompanhamento com um ortopedista pediátrico.
Em nota, a prefeitura afirmou que ocorreu uma distocia no ombro, complicação em que o membro fica preso, dificultando a saída do feto. De acordo com a pasta, a condição ocorre em 50% dos partos normais.
A administração municipal afirmou que, assim que foi levantada a hipótese da distocia no ombro, foi realizado um exame de raios-x, no qual foi constatada a fratura. “Neste tipo de situação, não há a necessidade de realizar exames adicionais”, afirmou a pasta.
A prefeitura ressaltou ainda que uma pediatra acompanhou o parto, informando posteriormente aos pais sobre o ocorrido e a necessidade de um tratamento ambulatorial. Já a família nega que tenha sido informada e afirma que solicitou exames após eles perceberem o comportamento de Noah.
“Os pais evadiram-se do hospital mesmo após todas as explicações da necessidade de manter a internação pela equipe”, afirmou a prefeitura. A administração do município acrescentou ainda que está à disposição para o tratamento do bebê e assistência à família.
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