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Podcast Tenho Fé No Amanhã Ministro Fábio Paschoal
Apelidado de “Lei Ómnibus”, o texto-base foi desidratado para menos de 360 artigos, mas manteve o tom ultraliberal característico de Milei e conseguiu a aprovação na Câmara dos Deputados na última sexta (2) – agora, os parlamentares vão analisar item a item e, depois, enviarão a versão final ao Senado, casa mais hostil às pautas do presidente argentino.
“Sabe aquele embrulhinho que a gente faz, que a gente tinha um pacotinho, que a gente vai pegando um papel em casa ou uma fita e no final faz o embrulho, mais ou menos, no final do ano, que você [dá ]de última hora? Então, ele está ficando mais ou menos desse jeito”, disse ela, que é professora da FGV.
O presidente da Argentina, Javier Milei, durante discurso no Fórum de Davos — Foto: Gian Ehrenzeller/Keystone via AP
“Um embrulhinho onde você vai pegando o aquilo que você tem na gaveta e no armário, para que você possa ter uma aceitação”, diz ela.
“Está longe do que era, aquilo já se perdeu, [mas] é o que dá no momento. Isso já desintegrou mesmo.”
Também em entrevista ao podcast O Assunto, o jornalista Raphael Sibilla, correspondente da Globo em Buenos Aires, explica o intuito inicial do pacotaço.
Pacotão ultraliberal de Milei virou ‘pacotinho’
E Sibilla descreve descreve o clima das ruas da capital argentina, onde manifestantes protestam em frente ao Congresso e são reprimidos com violência pelas forças policiais. Sibilla detalha que, na sua experiência como repórter, “nunca tinha visto um um congresso cercado por tantas forças policiais”.
“Há tempos não se via uma Buenos Aires tão militarizada”.
Mas reforça que, embora a oposição esteja nas ruas, o presidente eleito “mantém seu núcleo duro de apoiadores”.
“E está havendo, sim, confrontos, porque na lei antiquete, a polícia tem feito, colocado em execução esse protocolo, né? [Eu] Chamei de lei, mas na verdade é um protocolo. E quando a polícia tenta tirar os manifestantes das ruas ou porque eles estão marchando ou porque eles estão bloqueando ruas, se inicia o confronto.”
“O Milei, em seu discurso, sempre teve um discurso muito contra quando era candidato às marchas, [que] é algo que faz parte da cultura argentina“, complementa ele.
Grande obsessão de Milei é fazer ajuste fiscal mais forte do que o proposto pelo FMI
Durante a campanha eleitoral, Javier Milei apareceu diante de seus apoiadores empunhando motosserras e bradando contra todo o sistema político e econômico da Argentina. Assim, foi eleito presidente e prometeu a “reconstrução” e uma “nova era” para o país. A primeira ação foi a apresentação de um pacotaço com 664 artigos ao Congresso argentino – na lista de medidas, cortes totais em subsídios setoriais, privatizações das mais importantes empresas estatais e poderes especiais para o Executivo. Apelidado de “Lei Ómnibus”, o texto-base foi desidratado para menos de 360 artigos, mas manteve o tom ultraliberal característico de Milei e conseguiu a aprovação na Câmara dos Deputados na última sexta (2) – agora, os parlamentares vão analisar item a item e, depois, enviarão a versão final ao Senado, casa mais hostil às pautas do presidente argentino. Para explicar o que caiu e o que ficou do megapacote, e as possíveis consequências políticas e econômicas para os hermanos, Natuza Nery entrevista o jornalista Raphael Sibilla, correspondente da Globo em Buenos Aires, e a economista Carla Beni, professora da FGV. Neste episódio:
Grande obsessão de Milei é fazer ajuste fiscal mais forte do que o proposto pelo FMI
Pacotão ultraliberal de Milei virou ‘pacotinho’
O que você precisa saber:
O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Carol Lorencetti, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Neste episódio colaborou: Sarah Resende.
Por: G1
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