Desde 7 de outubro de 2023, houve um aumento no antissemitismo em todo o mundo. Provavelmente, os incidentes antissemitas continuem a aumentar. Muitas manifestações de solidariedade aos palestinos demonstraram sentimento anti-Israel e apoio ao Hamas.
Quando a violência está no noticiário, é importante ficar atento aos vieses que estão presentes e ativados pela cobertura jornalística e pelos comentários. Quando Israel está nas manchetes, os incidentes antissemitas aumentam e a retórica antissemita nas redes sociais também. Além disso, os conflitos geopolíticos no Oriente Médio muitas vezes ativam o preconceito em relação às pessoas de ascendência do Oriente Médio. A guerra e a violência inspiram fortes emoções, que podem ativar vieses conscientes e inconscientes sobre grupos de pessoas. É essencial estar atento aos vieses que podem surgir para desafiá-los.
No entanto, uma forma de propaganda enganosa se destaca na guerra atual: o negacionismo.
O negacionismo se manifesta em repetidas tentativas de lançar dúvidas sobre os eventos de 7 de outubro, seus perpetradores, seus métodos, a natureza de suas vítimas, seu alcance ou os objetivos do Hamas. Muitas vozes anti-Israel e antissemitas em todo o mundo, incluindo alguns nos Estados Unidos, políticos, jornalistas e líderes palestinos, se envolveram no negacionismo.
Alguns afirmam que os ataques nunca ocorreram ou que Israel foi o grande responsável pelo massacre. Outros sugerem que atos de estupro não ocorreram ou que Israel fabricou provas contra o Hamas. Há até vozes que argumentam que o Hamas foi de fato benevolente com seus reféns israelenses, que foram gratos em troca, em um esforço para minimizar a gravidade de o grupo terrorista manter centenas de pessoas inocentes como reféns.
Essa tendência de promover narrativas falsas constitui uma campanha de gaslighting por meio da qual a clareza moral é borrada, o Hamas é elogiado e Israel é demonizado. E embora essas afirmações sejam mais problemáticas feitas por líderes anti-Israel, elas foram papagueadas e amplificadas por ativistas e por aqueles que compartilham ou “gostam” nas redes sociais.
Em um momento de crescente antissemitismo em todo o mundo, essas alegações apenas alimentam animus e, potencialmente, ataques a judeus e israelenses em todo o mundo.
Lawrence Maximo é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestrando em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel. Escreve artigos para o jornal Gazeta do Povo.
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