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Brasileiro relata ‘azar’ por estar em Isfahan, no Irã, durante ataque de Israel: ‘pareciam rojões’; VÍDEO

today19 de abril de 2024

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“A gente não viu nada, porque o bombardeio aconteceu por volta de 5 da manhã. Eu acordei com o barulho, mas não tremeu nada, não quebrou vidro, nada, apenas o ruído, como se fossem rojões”, explicou em entrevista ao g1 nesta sexta-feira (19).

Luís pensou que o som fosse de fogos de artifício, mas decidiu pesquisar o que estava acontecendo na internet. “Depois de um tempo, eu recebi as primeiras notícias, que, na verdade, era um bombardeio que estava acontecendo numa base militar bem próxima de onde nós estamos”.

Apesar disso, o professor não pretende deixar o Oriente Médio, pois quer renovar o visto para mais 30 dias. “O Irã é lindo e tem uma super infraestrutura, rodovias excelentes, cidades muito bonitas e eu estou ao lado de onde aconteceu o bombardeio. A gente deu azar mesmo”, ressaltou Luís. Ele tem o documento para ficar por 62 dias no país, mas já está na região há 60.



Luís Fernando Prestes Camargo, de 54 anos, está no Irã com o cachorro. — Foto: Arquivo pessoal

Segundo Luís, a rotina em Isfahan está normal. Nesta sexta-feira de ataque, a cidade está menos movimentada, mas ele acredita que seja por conta do dia da semana, já que sexta é o dia de descanso em países mulçumanos. “É o dia de oração e tal. É o dia sagrado para os muçulmanos”.

No entanto, o professor de História não economiza nos cuidados como turista. O estrangeiro em uma situação de guerra é sempre visto como suspeito. Então, eu fui ao supermercado para comprar comida, para fazer um estoque por uns três ou quatro dias, para evitar sair muito. Coloquei roupas me vestindo como se fosse um muçulmano”, explicou.

Luís saiu com o passaporte no bolso e roupas pretas. Ele também optou por não levou o cão como costuma. “Não levei o Belmiro porque eu queria me parecer com um muçulmano. […] Não coloquei gorro e óculos escuros, eu fui como se fosse um muçulmano para tentar passar despercebido, para evitar qualquer tipo de risco”, disse.

Ele considera perigoso ser confundido com um israelense ou americano. “Sempre tomo muito cuidado para que não ocorram problemas. O brasileiro é muito bem tratado pelos iranianos”. Segundo o professor, o cenário não é motivo para medo, mas cuidado. “Acho que não vai acontecer guerra, mas é claro, dá um pouquinho de receio”, explicou, dizendo que pesquisa o tema com frequência em portais de notícias de vários países.

Luís viaja com o cachorro Belmiro desde março de 2022 em uma bicicleta e, há três meses, o filho Gabriel, de 26 anos, também entrou na viagem. O Irã é o 35º país na rota do professor, que começou a jornada na Europa e também passou pela Rússia, Grécia, entre diversos outros países. Após o Irã, o destino é o Paquistão para, depois, retornar ao Brasil.

Para o projeto, a família conta com apoio de internautas que acompanham a aventura pelas redes sociais e fazem doações que pagam as hospedagens e alimentação. “Eu conto sobre a história dos locais onde a gente passa, sobre características culturais do local, como as pessoas vivem, etc. A gente se mantém com essas doações e com o dinheiro que eu guardei no Brasil antes da viagem como professor”, afirmou, dizendo que vendeu o carro e outros objetos de valor para arrecadar verba.

De acordo com o professor, apesar de estar em uma região sob ataque, ele procura evitar locais que ofereçam perigo. “Numa situação de pré-guerra como nós estamos, não é uma guerra entre Israel e Irã. Então os alvos militares acabam sendo os principais e não alvos civis. Então a gente evita estar próximo de locais que são bases e locais estratégicos”, finalizou.

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Por: G1

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