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Censo 2022: ONU vai revisar para baixo população do Brasil; país deve continuar como 7º maior do mundo

today28 de junho de 2023 6

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Assim como o próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a ONU havia estimado o número de habitantes no Brasil maior do que o indicado pelo Censo:

  • O Censo 2022 divulgado nesta quarta – 12 anos depois do anterior – apontou que o Brasil tinha 203.062.512 de habitantes em 1º de agosto de 2022;
  • Já a ONU estimava que o Brasil teria 215 milhões de pessoas também em 2022;
  • O próprio IBGE também projetou uma população maior do que a revelada pelo Censo, de 213 milhões.

A Divisão de População da ONU, responsável pelas estatísticas populacionais do mundo inteiro, informou ao g1 que, diante do número mais baixo divulgado nesta quarta pelo Censo brasileiro, vai mudar suas projeções para o Brasil.



Essa mudança, no entanto, ocorrerá apenas em 2024, a próxima vez em que a ONU lançará novas projeções – os dados são divulgados a cada dois anos, e os últimos são de 2022.

Ainda assim, o Brasil deve seguir com 7º maior do mundo, acima de Bangladesh e abaixo da Nigéria. Veja a lista das estimativas da ONU para 2023:

  • Índia: 1,429 bilhão;
  • China: 1,426 bilhão;
  • Estados Unidos: 340 milhões;
  • Indonésia: 278 milhões;
  • Paquistão: 240 milhões;
  • Nigéria: 224 milhões;
  • Brasil: 216,4 milhões;
  • Bangladesh: 173 milhões;
  • Rússia: 144 milhões;
  • México: 128 milhões

Em 2010, quando foi feito o censo anterior, o Brasil era o 5º maior país do mundo, atrás de China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. Desde então, foi ultrapassado pelo Paquistão, que cresce a uma taxa de 1,83% ao ano, segundo a ONU e, mais recentemente, pela Nigéria, que cresce a 2,73% ao ano.

Em desaceleração, o Brasil cresce a 0,47% ao ano.

O g1 entrou em contato com a Divisão de População da ONU por e-mail na manhã desta quarta para saber se haverá uma revisão das projeções a partir da divulgação do censo, mas ainda não havia tido resposta até a última atualização desta notícia.

O Brasil tem taxas decrescentes de crescimento populacional nas últimas décadas por causa das mudanças no comportamento reprodutivo das famílias –há uma diminuição significativa no número médio de filhos por mulher, diz Wilson Fusco, demógrafo da Fundação Joaquim Nabuco. Ele deu entrevista ao g1 antes da divulgação dos números do Censo, mas afirmou que provavelmente o número de brasileiros seria menor que o das projeções.

Para que um país mantenha a população, a taxa de reposição deve ser de 2,1 filhos por família. O Brasil tem registrado uma queda sistemática de fertilidade, e a cada novo censo demográfico, os demógrafos se surpreendem com uma nova queda dessa taxa, afirma ele.

“A previsão é de que, por volta de 2035, ocorra um decréscimo populacional”, diz Fusco.

O Brasil, claro, não é o único: a tendência de redução da população é global, ainda que, devido a comportamentos demográficos específicos, isso ocorra em momentos diferentes.

Imigração vai ser mais determinante

Fusco afirma que a tendência é que, no futuro, a imigração passe a ser o fator que define a trajetória demográfica dos países.

As migrações, tanto as internas como as internacionais, já são um fator importante, mas devem passar a influenciar a composição e os desafios demográficos dos países.

E, quanto à imigração, o Brasil perde pessoas que emigram para países como Estados Unidos, Japão e nações da Europa, mas ainda recebe imigrantes, como refugiados da Venezuela, haitianos e bolivianos, afirma Fusco.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

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