Saiba mais sobre o Ramadã abaixo:
O Ramadã é o 9º mês do calendário islâmico. Para os muçulmanos, foi durante este mês que os primeiros versículos do Alcorão foram revelados ao profeta Muhammad há mais de 1.400 anos.
Durante o período, o livro sagrado do Islã recomenda que os fiéis deixem de comer, beber, fumar e ter relações sexuais durante o dia. A prática é um dos cinco pilares básicos que todo muçulmano com condições físicas e financeiras deve cumprir.
- Shahada: a profissão da fé;
- Salat: orações diárias;
- Zacat: esmola, caridade;
- Saum: jejum durante o Ramadã;
- Hajj: peregrinação a Meca.
O jejum deve ser mantido entre o nascer e o pôr do sol. Há regiões, portanto, em que o jejum diário dura menos do que em outras.
Em 2023, por exemplo, os fiéis que moram na Escócia passarão 17 horas em jejum, pois o sol ficará aparente por mais tempo. Enquanto isso, no Brasil, onde o inverno se aproxima, os muçulmanos ficarão 13 horas em abstinência.
Homem pendura enfeite para a chegada do Ramadã em Sidon, Líbano, nesta quarta (22) — Foto: Aziz Taher/Reuters
A data do Ramadã obedece o calendário islâmico, que é baseado nos ciclos lunares e tem meses com 29 ou 30 dias. Por isso, a cada ano o mês sagrado começa entre 10 e 12 dias antes do ano anterior no calendário gregoriano (utilizado como padrão no Brasil).
O começo exato do Ramadã, no entanto, depende do avistamento da lua crescente. Isso significa que o início do mês sagrado pode variar de acordo com a visibilidade da lua e a localização dos fiéis.
De acordo com a Agência de Imprensa Saudita, as previsões indicam que a lua crescente estará visível no ceú de Meca, na Arábia Saudita, na noite desta quarta-feira (22). Portanto, o primeiro dia de jejum para os muçulmanos daquela parte do mundo deve ser quinta-feira (23).
Contudo, em países como Malásia e Indonésia, ainda não está claro se a lua crescente estará visível. Em caso negativo, os islâmicos que vivem nestas nações deverão começar o jejum na sexta-feira (24).
Mulheres rezam para marcar o início do Ramadã em Singapura — Foto: Caroline Chia/Reuters
Por que jejuar durante o Ramadã?
O objetivo do jejum é aproximar os fiéis de Deus e lembrá-los do sofrimento dos menos afortunados. Assim como o jejum em outras tradições religiosas, é visto como uma forma de se purificar física e espiritualmente.
Por isso, durante o período, os seguidores do Islã também devem evitar qualquer atitude maldosa, como fofocar, falar palavrões ou brigar.
Os muçulmanos costumam doar para instituições de caridade e alimentar os que passam fome durante o Ramadã. Muitos passam mais tempo em mesquitas e usam seu tempo livre para recitar o Alcorão.
Clientes compram alimentos em mercado em Mossul, no Iraque, nos preparativos para o Ramadã, em que só é permitido aos muçulmanos comer depois que sol se pôs — Foto: Reuters/Khalid Al-Mousily
Todos os muçulmanos devem jejuar?
Não. Assim como as outras práticas básicas do Islã, o jejum só deve ser cumprido pelos muçulmanos que tiverem capacidades físicas, mentais e financeiras.
Portanto, estão excluídos do jejum: crianças, idosos, doentes, mulheres grávidas, amamentando ou menstruadas e pessoas que estejam viajando — o que pode incluir atletas durante competições.
Para alguns grupos, espera-se que o jejum seja compensado em outro momento do ano.
O que acontece no fim do Ramadã?
O fim do Ramadã é celebrado por um feriado de três dias chamado Eid al-Fitr. Na ocasião, é comum festejar com os familiares e amigos, visitar mesquitas e trocar presentes.
Neste ano, o Eid al-Fitr, que também depende do avistamento da lua, está previsto para os dias 22 e 23 de abril.
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