As Forças de Defesa de Israel anunciaram que iniciaram uma operação limitada por terra contra alvos do grupo terrorista Hezbollah no Líbano. A ação começou na madrugada desta terça-feira (1º), pelo horário local; sendo noite de segunda (30), no Brasil.
A decisão do Hezbollah de atacar Israel no dia seguinte ao massacre de 7 de outubro levou o Líbano a mais uma grande crise.
Vale a pena entender como o Hezbollah trouxe o Líbano de volta à beira do abismo. Agora parece que o grupo terrorista trouxe sobre o Líbano outra guerra dentro de 20 anos.
O Hezbollah (em árabe, Partido de Alá ou Partido de Deus) é um grupo terrorista com atuação política no país, surgido na década de 80 e que se beneficiou da guerra civil síria. Ele também se favoreceu da invasão do Líbano por Israel em 1982. Na ocasião, a invasão ocorreu para impedir que grupos terroristas palestinos usassem o sul do Líbano como base para atacar Israel.
O crescimento do Hezbollah se deu a partir da comunidade xiita pobre e marginalizada do Líbano. A guerra civil levou à ocupação síria de parte do país e levou à invasão israelense em 1982. O caos também corroeu o poder dos cristãos no Líbano, levando ao acordo mediado pela Arábia Saudita para acabar com a guerra em 1989.
Israel continuou a controlar uma parte do sul do Líbano até 2000. Dessa feita, o Hezbollah se beneficiou do apoio iraniano e da ascensão de grupos pró-iranianos na região, e preencheu o vácuo deixado por grupos terroristas palestinos que foram forçados a sair pela invasão de Israel. Como tal, o Hezbollah foi o principal beneficiário do fracasso palestino no Líbano, da guerra civil e também da intervenção síria e da revolução islâmica do Irã.
Depois de 2000, o Hezbollah emergiu como o principal grupo armado não estatal no Líbano. Ele usou isso para estocar armas e iniciar a guerra de 2006. Após a guerra com Israel, a ONU deveria manter o grupo terrorista longe das fronteiras israelitas. Mas assim como ela não agiu em Gaza depois que o Hamas assumiu o poder em 2007, também não o fez no Líbano. Antes, pelo contrário, a ONU acabou encorajando ambos os grupos terroristas.
Na verdade, o Hezbollah foi um dos principais beneficiários da guerra civil síria, que basicamente durou de 2011 a 2018. Em função disso, o grupo terrorista se tornou ainda mais poderoso, atingindo uma nova fase de seu poder após 2019.
Israel, embora focado na ameaça do Hezbollah, não viu o eixo multifrente emergente que o Irã estava construindo agora. Assim, o Hezbollah arrastou o Líbano de volta para outra guerra.
Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel.
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