Enquanto o sistema brasileiro livra corruptos com manobras arbitrárias, anulações e solturas, encabeçado pelo descondenado Lula, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, último dos 300 presos da Lava Jato, foi solto, no início da noite desta segunda-feira (16).
Condenado em 24 processos a 426 anos de prisão – fora as dez ações penais ainda pendentes de julgamento – sua saída ocorre após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), por 3 votos a 2, os magistrados entenderam que houve excesso no prazo na prisão preventiva, fato que levou à sua soltura.
A Farra dos Guardanapos – um escândalo que se tornou público em 2012 – festa que reuniu 150 pessoas em um dos locais mais nobres da Europa, uma mansão na Avenida Champs-Élysées, em Paris. Um gasto de cerca de R$ 1,5 milhão para celebrar o recebimento da condecoração máxima do governo francês.
Uma dança espontânea com guardanapos amarrados na cabeça de alguns dos homens mais influentes presentes marcou o auge do período de Sérgio Cabral como governador do Rio de Janeiro.
Em 2009, Sergio Cabral, amigo particular de Lula, era cotado para ser vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff e já despontava até como futuro candidato à Presidência da República.
Segundo o jornalista Silvio Barsetti, a extravagância da comemoração contava com mais de 300 garrafas de vinhos caríssimos, champanhe, uma noite com o glamour de músicos contratados para dançar no salão onde foi servido o jantar – havia até mágico para entreter o grupo.
Vários participantes do banquete estão presos e outros tantos têm pavor de ver seu nome associado ao evento. Outros presentes tiveram problemas com a Justiça, como os empresários Georges Sadala e Fernando Cavendish e os secretários de Estado Sérgio Côrtes e Wilson Carlos – pelo menos dez dos comensais acabaram condenados pela Justiça. Não podemos esquecer de Eduardo Paes, atual prefeito da cidade do Rio de Janeiro.
A dancinha com guardanapos, na opinião de Barsetti, simboliza o desdém e a arrogância de parte importante da classe política do Brasil.
Sergio Cabral, o chefão da farra dos guardanapos em Paris, fora da cadeia, deseja deixar vida pública, para ser consultor político. Depois de usufruir de múltiplos privilégios indevidos durante sua permanência na prisão, vai cumprir prisão domiciliar em apartamento com vista para o mar, nas areias de Copacabana…
Lawrence Maximo é analista político, professor universitário e escritor. Mestrando em Ciências Políticas Internacionais: Cooperação Internacional, Mestre em Missiologia, Pós-graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação e Pós-graduado em Antropologia da Religião. Historiador e Teólogo. Escreve artigos para o jornal Gazeta do Povo e Revista Esmeril.
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