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E agora? Psicóloga trans afirma que alguns se dizem transgênero porque “está na moda”

today2 de agosto de 2022 46

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Marisa Lobo
02/08/2022 12h48

Psicóloga trans afirma que alguns se dizem transgênero porque “está na moda” Foto: Unsplash

Já dei mais de 2 mil palestras pelo Brasil abordando temas sobre família, sexualidade, educação, e não tenho dúvida de que um dos alertas que mais fiz, ao longo desses anos, foi sobre como a cultura atual, alimentada pelo ativismo de gênero, tem influenciado a percepção de crianças e adolescentes quanto à própria identidade sexual.

Agora, não apenas profissionais como eu, conservadores e cristãos, têm notado que este cenário é real, como também especialistas que integram o próprio mundo LGBT+, como a psicóloga americana Erica Anderson, que é assumidamente transexual; biologicamente macho, mas socialmente mulher.

Em abril deste ano, o Los Angeles Times publicou uma matéria sobre Anderson, revelando a sua preocupação quanto ao crescente número de jovens se declarando transgênero. “Acho que foi longe de mais”, disse ela. É importante salientar que trata-se de uma psicóloga cujo foco de trabalho é justamente o atendimento a esse público.

Mas, o que teria ido “longe demais”, afinal? Seria a militância pró-ideologia de gênero? Em 2018, para o Washington Post, Anderson também havia afirmado que “um bom número de crianças está entrando nisso [em se declarar trans] porque está na moda”, enquanto, no ano seguinte, fez outra declaração aparentemente contraditória: “Posso garantir a você que a identidade transgênero não é algo que se pega”.



IDENTIDADE E ACEITAÇÃO


Acredito que Anderson foi corajosa ao emitir uma crítica contra a influência negativa que a ideologia de gênero tem exercido sobre a cultura, tendo em vista o potencial conflito de interesses envolvendo a sua vida pessoal. Em todo caso, o seu posicionamento é de grande importância.

Como bem destacou o Los Angeles Times, “ela também passou a acreditar que algumas crianças que se identificam como trans estão caindo sob a influência de seus colegas e das mídias sociais e que alguns médicos estão deixando de submeter menores a avaliações rigorosas de saúde mental antes de recomendar hormônios ou cirurgias”.

Felizmente, essa percepção não é isolada. O médico psiquiatra Stephen Stathis, diretor de uma clínica de gênero na Austrália, também já comunicou algo semelhante, apontando que o desejo por aceitação e até mesmo os efeitos do abuso sexual têm exercido influência sobre o número crescente de jovens que se declaram trans. “As meninas dizem: ‘Se eu tivesse sido um homem, eu não teria sido abusada’”, disse o médico do Hospital Infantil Lady Cilento, em Brisbane, segundo matéria do jornal Courier Mail. “Um deles disse para mim, ‘Dr Steve… eu quero ser transgênero, é o novo preto’”.

Ou seja, como podemos notar, há um claro desdobramento social, de viés cultural, sobre a percepção que muitos jovens estão tendo acerca de si mesmos. Na matéria do Los Angeles Times foi apontado também que muitos possuem depressão, autismo, transtorno bipolar e outros de ordem mental, associados.

Imagine você, sendo um(a) adolescente que se sente “diferente” por algo que nada tem a ver com o seu sexo, se deparando com um contexto onde lhe induzem a acreditar que, na verdade, você pode estar tendo problemas por causa da sua identidade de gênero?

Para quem deseja acolhimento, aceitação e autocompreensão, portanto, “mudar de sexo” pode parecer a solução, quando na realidade isso nada tem a ver com a real natureza do conflito emocional/mental.

CONCLUSÃO


Este é um assunto complexo, mas perfeitamente possível de entender. Escrevi livros sobre o tema, como Famílias em Perigo, e neles você pode encontrar algumas explicações vitais para saber como enxergar os fatos da cultura atual de forma correta, sem o enviesamento ideológico do ativismo de gênero.

Por fim, é triste dizer que os meus alertas estão se confirmando a cada dia; mas, ao mesmo tempo, isso também pode representar uma mudança de visão positiva no que diz respeito a pessoas como Anderson, que mesmo sendo uma representante da causa LGBT+, possui honestidade intelectual para admitir algumas verdades.

Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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Por: Marisa Lobo

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