“É muito importante para a prova do Enem que a pessoa tenha um repertório sociocultural. Então, filmes e livros vão fazer com que o repertório aumente”, diz Lívia, que fez a prova do Enem em 2021.
Segundo ela, o resultado da redação foi 980 de 1 mil. Entre os 2.267.350 inscritos, só 22 conquistaram a pontuação máxima. Com esse resultado mais os acertos da prova, ela somou 700 pontos no Enem, que a garantiram o terceiro lugar no vestibular em uma universidade de Medicina em Guarujá, no litoral de São Paulo.
Lívia Capitelli comemorou a conquista da bolsa em medicina ao lado do namorado, da família e de amigos em Cubatão — Foto: Arquivo pessoal
A estudante contou que desde a época do Ensino Médio fazia provas de vestibulares para treinar. “Foi muito importante, pois fui conhecendo as provas ao longo dos anos e me aperfeiçoando para quando chegasse a minha vez. Quando nós temos um inimigo para derrotar, temos que conhecê-lo. Então, eu tinha que conhecer a prova, saber como eles a escrevem, o que é mais pedido e mais cobrado para que eu pudesse fazer uma boa prova”.
A rotina de estudos ficou mais intensa assim que se ela terminou o Ensino Médio. Sem renda, a jovem fez um acordo com um cursinho. Ela aceitou limpar a unidade e auxiliar os alunos em troca de aulas por dois anos.
Lívia lembra que estudava algo em torno de 14h por dia, das 8h30 às 22h. Nesse período, dividia os horários entre assistir aulas, fazer exercícios e treinar redação. À tarde e a noite os estudos eram feitos em casa, sozinha.
“Deus me abençoou com a oportunidade de cursar medicina perto da minha família e eu nunca imaginei isso. A gente passa tanto tempo estudando que, no momento, parece muito ruim, mas isso passa e você nem se lembra depois. Eu faria tudo de novo, pois valeu a pena. Graças a Deus, o Senhor me abençoou com uma família que me apoia”.
Lívia acredita que não existe uma fórmula mágica ou algo muito diferente para ter uma boa pontuação no Enem. Ela afirmou, porém, que a redação é a parte mais importante e, por isso, além dos estudos gerais, é necessário se dedicar a aperfeiçoar o texto.
“Com certeza o que faz a diferença é treinar o texto, repetir, olhar os pontos que errou e corrigir”. Lívia contou ser importante buscar um repertório sociocultural e aplicá-lo ao texto. “Isso fez a diferença para mim. Foi assim que a minha nota, que era muito ruim, se tornou uma nota muito boa. Esse é o segredo da redação”.
Nas redes sociais, Lívia Capitelli dá dias e mostra a rotina de estudos — Foto: Reprodução
Além dos estudos de forma ‘convencional’, a futura médica assistia a filmes, que segundo ela, contribuem para uma boa redação e para os conhecimentos gerais na prova de múltipla escolha. Em um perfil nas redes sociais, onde compartilha a rotina de estudos, ela indica três longas-metragens: A Bela e a Fera, A Lista de Schindler e O Poço.
“É muito importante para a prova do Enem que a pessoa tenha um repertório sociocultural. Então, filmes e livros vão fazer com que o repertório aumente e o candidato tenha mais possibilidades para argumentar e responder as questões, principalmente na parte de linguagem e história”, explicou.
Lívia cita que outras possibilidades de se preparar para a prova, como estudar boas obras de arte, telas de pintores renomados e acompanhar jornais. Segundo ela, isso enriquecerá o vocabulário e trará mais conhecimento.
Lívia Capitelli afirma que assistir filmes é importante para estudar para as provas do Enem — Foto: Reprodução
Relaxar antes e durante a prova
A professora Danielle Rocha, de 31 anos, dá aula em duas escolas em Bertioga, no litoral de São Paulo. Ela contou ao g1 alguns ‘truques’ para aliviar a tensão dos alunos durante as provas. Entre as estratégias, ela deu massa de modelar para os estudantes apertarem nos momentos de estresse, além de dar chiclete e fazer uma sessão se alongamento antes do início das avaliações.
“Percebi que os alunos tiravam notas baixas por causa do nervosismo, não por falta de conhecimento. Como pedagoga, sei que o relaxamento e o foco são os itens principais para a realização da prova. Para reduzir problemas como ansiedade e nervosismo tive a ideia de dar massinha, já dei chiclete para eles mascarem e irem relaxando, e também passo exercícios de alongamento antes da prova para ficarem relaxados”, disse
Professora Danielle Rocha aplica ações para reduzir a tensão dos alunos durante as provas — Foto: Arquivo pessoal
A profissional ressaltou que após as ações para ‘dar sorte’ aos alunos, ela percebeu que eles conseguiram se acalmar e as notas começaram a melhorar. Ela afirmou também que todos ‘adoraram’ a iniciativa e comentaram que a estratégia os ajudou a relaxar.
O g1 conversou também com a psicopedagoga e professora da Rede Municipal de Santos, Layla Abrahão, que reforçou que iniciativas, como as propostas por Danielle, podem contribuir para tranquilizar os alunos.
“Essas ações ajudam a lidar com a ansiedade. É importante oferecer aos alunos um momento com exercícios de atenção plena, oportunidade de movimentar o corpo, além de exercícios de escrita expressiva, onde eles podem extravasar seus sentimentos. Alongamento, mindfulness [prática de se concentrar no presente] e trabalhos manuais auxiliam a diminuir a tensão e facilitam a mente humana a concentrar-se melhor”, ressaltou.
Danielle dá aulas em Bertioga e antes de aplicar avaliações, passa uma sequência de alongamento para os estudantes relaxarem — Foto: Arquivo pessoal
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