À frente na imagem, o adolescente de 13 anos como sofreu com o bullying e cyberbullying. — Foto: Vandro Prado/ Prefeitura de Guarujá
Um adolescente de 13 anos, morador de Guarujá, no litoral de São Paulo, lembrou os momentos de tristeza de quando enfrentava o cyberbullying e o bullying no ambiente escolar. “Eu postava fotos e me xingavam de gordo, bolo fofo, saco de areia, baleia, entre outras coisas”, desabafou o garoto. Ele os demais alunos da rede municipal de ensino receberam palestras sobre o tema para orientar os problemas causados pela prática e como se proteger.
Vítima na última escola em que estudou, o garoto afirmou que as “brincadeiras” e a perseguição devido ao seu peso continuavam na Internet. “Basicamente em todas as fotos que eu colocava, alguém me xingava de feio nos comentários”. Segundo ele, durante as aulas, os companheiros de classe e até de outras salas sempre o ofendiam.
O jovem relata que geralmente os xingamentos nas redes sociais eram feitos por duas ou três pessoas. A mãe dele foi avisada sobre a situação e tentou contato com uma das crianças que o ofendiam, mas, de acordo com o adolescente, “nada aconteceu”. O bullying e o cyberbullying só pararam quando ele mudou de escola.
Combate ao bullying e ao cyberbullying
O jovem agora estuda na escola municipal Professora Dirce Valério Gracia, que recebeu uma palestra de conscientização sobre o cyberbullying. A ação faz parte de um programa de combate ao bullying nas unidades de ensino de Guarujá, que tem atividades previstas até o dia 29 deste mês.
O secretário interino de Educação de Guarujá, Walter Fernandes Sório, ressaltou que o intuito do projeto é explicar o que é o bullying e o cyberbullying, mostrar as consequências dessa prática e ensinar como combatê-las. “Para as famílias isso é muito importante. Eles [alunos] saem daqui com [um aprendizado sobre] as ações que podem tomar caso passem por isso”, explica.
Segundo a prefeitura, a ação envolveu um total de 2.082 estudantes da rede municipal. Todos cursam o 7º ano do ensino fundamental II. “Me sinto bem em ver essas palestras, porque as pessoas precisam entender sobre isso. Elas acham que não é ofensa, que é só uma brincadeira, mas isso machuca muito”, desabafa Gabriel.
Ações como palestras em escolas têm o objetivo de conscientizar os estudantes de que o bullying é danoso — Foto: Divulgação/ Vandro Prado/ Prefeitura de Guarujá
A advogada e membro das Comissões de Direito da Criança e Adolescente da OAB Guarujá, Ana Karina Rocha, explica que as palestras têm como objetivo de conscientizar as formas de denúncia e de punições.
“As consequências podem ser tanto advertência, prestação de serviço à comunidade, indenização dos pais, entre outros. Além disso, é importante falar sobre como combater esses casos, tem como denunciar”, ressalta.
Para o desenvolvimento das atividades de combate ao cyberbullying, a Secretaria de Educação e o Conselho Municipal de Juventude contam com o apoio de profissionais de vários segmentos sociais, que atuam como voluntários e levam as informações aos alunos.
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