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Em 2006, os grupos armados da Colômbia foram desmobilizados após um acordo com o governo da Colômbia, então presidida por Álvaro Uribe. Até então, o país vivia um conflito armado entre os paramilitares, apoiados pelas forças de segurança, e as guerrilhas de esquerda.
O atual presidente, Gustavo Petro, foi guerrilheiro de um grupo chamado M-19, mas ele largou as armas em 1990, décadas antes do acordo de paz de 2006.
Mesmo assim, ele era um alvo de um grupo paramilitar chamado Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), que era liderado por Salvatore Mancuso.
Havia um outro homem que era alvo dos paramilitares e, hoje, é uma autoridade do governo: Álvaro Leyva, o atual ministro de Relações Exteriores.
Gustavo Petro toma posse como presidente da Colômbia
A ordem para matar Petro foi dada por um diretor do Departamento Administrativo de Segurança (DAS), a unidade de inteligência da época.
O DAS foi dissolvido em 2011 por um escândalo de espionagem de juízes, políticos opositores e ativistas dos direitos humanos durante o governo Uribe.
Mancuso deu um depoimento que durou quatro dias na Jurisdição Especial para a Paz (JEP), um tribunal responsável por investigar os piores crimes do conflito colombiano.
Mancuso, de 58 anos, está preso nos Estados Unidos. Ele prestou o depoimento por videoconferência. Ele foi extraditado em 2008 quando apresentava sua versão sobre os crimes cometidos durante o processo de paz com as AUC. O ex-comandante paramilitar foi condenado nos EUA a mais de 15 anos de prisão e agora tenta recorrer à JEP para tentar obter benefícios, como penas alternativas à prisão, em caso de um eventual retorno à Colômbia.
O presidente Petro reagiu às declarações do ex-paramilitar no Twitter.
“Segundo Mancuso, José Miguel Narvaéz, do DAS, ordenou meu assassinato. O DAS determinava minhas escoltas. Conseguimos informações prévias sobre as operações contra mim sem a ajuda dos governos e conseguimos impedi-las”, afirmou o primeiro presidente de esquerda da Colômbia.
O ex-comandante paramilitar insistiu em seu depoimento na cumplicidade da polícia, do exército, da classe política e de parte da imprensa nos crimes das AUC.
Quase 30 mil paramilitares entregaram os fuzis em 2006. De acordo com o Centro de Memória Histórica são responsáveis por mais de 94.000 mortes durante a prolongada guerra interna na Colômbia.
Por: G1
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