Em 4 de agosto de 2020, um incêndio em um armazém no porto da cidade de Beirute, no Líbano, causou uma das maiores não nucleares da história. Bairros inteiros foram destruídos, 220 pessoas morreram e mais de 6.500 ficaram feridas.
Passados três anos, ainda falta saber exatamente o que aconteceu e julgar os responsáveis, que têm recebido proteção política para postergar o processo judicial.
O armazém tinha toneladas de nitrato de amônio, um produto explosivo que deveria ser gerenciado com cuidado, mas na prática nimguém observava as precauções para lidar com um material perigoso.
A associação de famílias das vítimas, que luta há três anos para conseguir justiça, convocou uma manifestação para a área do porto.
As autoridades libanesas rejeitaram os pedidos das famílias por uma investigação internacional e são acusadas de obstruir os inquéritos da Justiça.
O primeiro juiz responsável pelo caso, em 2020, desistiu do processo depois de acusar o ex-primeiro-ministro Hassan Diab e mais três ministros.
O segundo juiz também investigou líderes políticos, mas o Parlamento se recusou a suspender a imunidade de alguns deputados acusados, o ministério do Interior não aceitou o interrogatório de funcionários de alto escalão, e as forças de segurança se negaram a executar as ordens de detenção.
O juiz suspendeu a investigação durante 13 meses devido a dezenas de ações judiciais apresentadas contra ele por líderes políticos. Ele retomou o trabalho em janeiro, mas em seguida foi denunciado por insubordinação pelo procurador-geral por acusar várias personalidades do alto escalão do governo.
O procurador também ordenou a libertação de 17 pessoas detidas sem julgamento após a explosão gigantesca.
Em dois anos e meio, o segundo juiz do caso conseguiu trabalhar durante seis meses, período em que enfrentou muitas pressões que provocaram uma crise sem precedentes no sistema judicial.
Um analista do Judiciário que pediu para não ser identificado afirmou que a investigação continua.
Quase 300 ONGs e as famílias das vítimas voltaram a pedir na quinta-feira a criação de uma comissão de investigação internacional.
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Por: G1
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