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‘Falso croata’ foi preso horas antes de ‘falso esloveno’ ser executado na frente do filho no litoral de SP

today12 de janeiro de 2024 2

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Outra coincidência é o nome. O brasileiro se apresentava como Darko Malic, enquanto o sérvio executado, e suspeito de ser matador de aluguel, se chamava Darko Geisler. Conforme apurado pelo g1, trata-se de um nome comum nos países eslavos.

A prisão do homem que se passava por croata aconteceu na manhã de 5 de janeiro, no bairro Jardim Castelo. Ele foi detido em cumprimento a um mandado de busca e apreensão domiciliar. Na noite daquele mesmo dia, o sérvio foi assassinado na frente da esposa e filho, no bairro Embaré.

A equipe de reportagem questionou a Polícia Civil sobre uma possível relação entre os casos, mas não obteve uma confirmação até a última atualização desta matéria.



De acordo com a Polícia Civil, a prisão foi realizada por agentes do 5° Distrito Policial de Santos, com o apoio das demais delegacias da cidade. A corporação informou que o investigado dormia em um dos quartos do imóvel quando os agentes chegaram para cumprir o mandado.

Segundo a Polícia Civil, o homem guardava em casa cartões de visita com o nome de ‘Darko Malic’.A corporação afirmou ter apreendido, ainda, 190 gramas de tabletes de haxixe, um celular, um tablet, R$ 194 em espécie e uma balança de precisão.

O homem foi encaminhado à cadeia pública e todo o material recolhido foi enviado ao Instituto de Criminalística (IC).

Polícia Civil descobriu que homem executado na frente da esposa era sérvio procurado pela Interpol — Foto: Reprodução

Ele foi executado na Rua São José, no bairro Embaré, em Santos. O sérvio chegou a ser resgatado consciente pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas sofreu uma parada cardiorrespiratória a caminho da Santa Casa de Santos e morreu.

Homem com criança na cadeirinha de bicicleta é executado em SP

Homem com criança na cadeirinha de bicicleta é executado em SP

Marceneiro e matador de aluguel

Segundo apurado pelo g1, o o ‘falso esloveno’ trabalhava no Brasil como marceneiro. À repórter Yasmin Braga, da TV Tribuna, afiliada da Globo, vizinhos informaram que o homem tinha um comportamento tranquilo, que não levantava suspeitas. Ele morava há quatro anos com a esposa e o filho.

O registro da Polícia Civil, porém, apontou que o nome de Darko Geisler constava na lista de ‘difusão vermelha’ da Interpol (leia mais sobre isso abaixo) como suspeito de ser “matador de aluguel”.

Polícia Civil descobriu que homem executado na frente da esposa era sérvio procurado pela Interpol — Foto: Reprodução

Conforme registrado no boletim de ocorrência, a Polícia Civil passou a investigar a identidade do homem logo após a execução. A corporação colheu provas testemunhais que trouxeram dúvidas sobre a origem dele, ‘confirmada’ inicialmente por um passaporte de nacionalidade eslovena.

A Polícia Civil informou ter entrado em contato com o consulado esloveno em Brasília, onde confirmou que os dados não remetiam a nenhuma pessoa daquele país.

Assim que os investigadores enviaram uma cópia do passaporte ao consulado, o órgão informou que ele pertencia tinha sido perdido por um cidadão em 2017. O documento, inclusive, foi cancelado.

A Polícia Civil concluiu que a vítima da execução em Santos não era o esloveno Dejan Kovac, mas sim uma pessoa até então “desconhecida”. A corporação localizou uma publicação em um site sérvio que mostrava um homicídio cometido por uma pessoa com traços “idênticos” aos do homem.

Os policiais acionaram o Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) e também a Interpol. Segundo o boletim de ocorrência, após tratativas com as autoridades sérvias, a corporação confirmou a identidade da vítima da execução como sendo de Darko Geisler.

Homem com criança na cadeirinha de bicicleta é executado em SP — Foto: Reprodução

Falso esloveno na lista da Interpol

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Civil, contra Darko Geisler havia uma ordem de prisão internacional. Ele era integrante de uma organização criminosa que atua na Sérvia, segundo o registro, e era suspeito de cometer homicídios, além de portar armas e explosivos em Montenegro.

Darko Geisler estava na lista de Difusão Vermelha, também conhecida como ‘red notice’, da Interpol.

Ela permite a prisão da pessoa que está em um país estrangeiro. Portanto, é válida para a detenção de quem está no Brasil e tem a custódia decretada em outro país, como é o caso de Geisler, que vivia com documentos falsos.

A equipe de reportagem apurou que o nome e a foto dele deixaram de ser exibidos na lista de difusão vermelha da Interpol após a execução.

A Polícia Civil em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (11) informou que o homem usava o nome falso, de um esloveno, e vivia clandestinamente no Brasil há 9 anos.

Geisler estava em posse de um passaporte de nacionalidade eslovena, levando a polícia a acreditar que ele havia nascido no país. No curso das investigações, segundo apurado junto ao consulado da Eslovênia, ficou comprovado que o documento não era dele. A numeração mostrou que o passaporte pertencia a um cidadão esloveno e que havia sido extraviado em 2017.

Geisler não tinha documentos brasileiros, tampouco uma fonte de renda ativa. Ele vivia de rendimentos enviados pela família mensalmente, de um comércio que teria no leste europeu.

Antes da Polícia Civil descobrir a real identidade do estrangeiro, a esposa de Geisler disse não ter conhecimento sobre o passado do marido. Segundo a Polícia Civil, o casal se conheceu entre 2015 e 2016, em São Paulo. Eles vieram morar na Baixada Santista em 2017.

Um fato que chamou atenção da polícia é que o filho do casal, prestes a completar 4 anos de idade, é registrado somente com o sobrenome da mãe. Segundo a Polícia Civil, a esposa dele já prestou depoimento mas deve ser chamada novamente para prestar mais esclarecimentos.

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Por: G1

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