Um dos primeiros a chegar para o velório de Pelé foi o pintor Emilio Carmo de Lima, de 58 anos. Ele veio ao meio-dia do domingo (1) para a Vila Belmiro do bairro da Casa Verde, em São Paulo. “Assisti um jogo do Pelé, quando eu tinha uns 7, 8 anos: 1 a 1 com o Palmeiras, no antigo Parque Antártica, com um gol de Pelé e outro de Ademir da Guia”, relembra.
Emilio disse ter vindo não apenas pela admiração que tem por Pelé, mas também para homenagear a mãe Luíza. Ela era santista fanática e morreu há seis meses.
Emilio Carmo de Lima, de 58 anos, foi um dos primeiros a chegar na Vila Belmiro — Foto: Ted Sartori
O ambulante Antônio da Paz, de 67 anos, também chegou cedo para se despedir do Rei do Futebol. Ele veio de Santo André, no ABC paulista, e estava na Vila Belmiro desde 11h de domingo. O vestuário era a caráter para a ocasião: camisa com o rosto do Rei, agasalho com as cores do Brasil e até uma coroa. Ele também espalhou cartazes de homenagem pelos gradis.
“Nasci na Bahia e ouvi pelo rádio o jogo do milésimo gol dele, marcado contra o Vasco, no Maracanã. Ele é o maior no futebol, o Roberto Carlos na música”, comenta.
O ambulante Antônio da Paz, de 67 anos, também chegou cedo para se despedir de Pelé. — Foto: Ted Sartori
A pensionista Dalva Caetano dos Santos, de 70 anos, é uma privilegiada. A casa em que está há cinco décadas – ela é mineira da cidade de Passos – é bem de frente para a entrada principal da Vila Belmiro, local de entrada do público para o funeral de Pelé.
“Frequentei por muito tempo o estádio. O movimento aqui está como em dias de jogos há mais de uma semana”, conta, debruçada em sua janela. “Para mim, Pelé é o melhor. Não existirá outro igual. Hoje todos só jogam pelo dinheiro”, disse ela.
Dalva Caetano dos Santos, de 70 anos, mora bem de frente para a entrada principal da Vila Belmiro — Foto: Ted Sartori
Escoltado pela polícia, o carro funerário com o corpo de Pelé chegou à Vila Belmiro perto das 4h. O acesso foi pela Rua Princesa Isabel e entrando na Rua Tiradentes, para acessar o Portão 4.
Carro funerário com o corpo de Pelé chegou à Vila Belmiro perto das 4h. — Foto: Ted Sartori
O advogado Frederico Toledo, de 50 anos, aproveitou a madrugada para se despedir de Pelé. Ele veio com o filho Lourenço, de 9. “No velório vai ter muita gente e para vir com criança é complicado”, afirma ele.
Santista de nascimento e de time, Frederico classifica Pelé como símbolo de uma era. “Tenho orgulho de ter autógrafo de alguém que é cidadão do mundo”, define.
O advogado Frederico Toledo, de 50 anos, aproveitou a madrugada para se despedir de Pelé. — Foto: Ted Sartori
A Torcida Jovem também homenageou Pelé. O grupo tem sua subsede na Baixada, na Rua Princesa Isabel, a mesma da Vila Belmiro. Fogos foram soltos no ar e bandeiras foram agitadas pelos torcedores.
Primeiro presidente da Torcida Jovem, Cosmo Damião não escondeu a emoção ao falar de Pelé. “Perdemos nosso Rei. O maior do mundo, mas vamos gritar: Viva o Rei!”, disse ele.
Primeiro presidente da Torcida Jovem, Cosmo Damião nao escondeu a emoção ao falar de Pelé. — Foto: Ted Sartori
Pelé morreu na quinta-feira (29), depois de um mês internado no Hospital Albert Einstein, na Capital. Ele tratava de um câncer no cólon.
O quadro sofreu agravamento no dia 21 de dezembro, quando o boletim médico indicava “progressão oncológica”, com necessidades de cuidados para as funções renais e cardíacas.
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