Trabalhadores de Cancún, região turística no sudeste do México, esvaziaram uma parte da praia dedicada à desova das tartarugas e colocaram milhares de ovos cobertos de areia em uma centena de refrigeradores para transportá-los para um local mais seguro.
Beryl ainda estava longe da costa mexicana na quarta-feira, com previsão de chegada ao sul de Cancún na noite desta quinta-feira (4) ou no início de sexta-feira (5).
“Este é um furacão muito forte, com ondas tremendas, vai destruir todas as praias”, explicou à AP a bióloga Graciela Tiburcio, uma das mais reconhecidas especialistas em tartarugas do país.
“Tirar os ovos não é o melhor, mas estamos enfrentando uma situação de emergência em que, se não forem retirados, tudo estará perdido.”
Em outras áreas, foram feitas barreiras com sacos de areia para criar fortalezas com o objetivo de proteger os ninhos de tartarugas. Ondas fortes são esperadas.
Diversas espécies de tartarugas marinhas chegam às praias de Cancún e arredores para depositar seus ovos na areia, de onde os filhotes surgirão algumas semanas depois e rastejarão até o mar.
As tartarugas-de-pente, como todas as tartarugas marinhas, são espécies protegidas no México. A extração de ovos da areia é proibida. Normalmente, as pessoas são orientadas a não se aproximarem dos ninhos, pois a areia os mantém na temperatura ideal para a eclosão.
Além disso, acredita-se que essas tartarugas utilizam a luz natural das praias para se orientar e, em muitos casos, retornar ao mesmo local quando adultas. Mas as ondas provocadas pelo furacão Beryl poderiam levar os ovos para o mar, onde se perderiam.
“É uma situação desesperadora”, acrescentou a bióloga Graciela Tiburcio.
Um filhote de tartaruga-de-pente — Foto: Ocean Photography Awards | Matty Smith
O Departamento de Meio Ambiente de Cancún não respondeu imediatamente a um pedido de comentários sobre o local para onde os ovos foram levados. Em uma postagem nas redes sociais, o órgão disse ter desenterrado mais de 10 mil ovos de 93 ninhos.
Mais ao sul, entre os preparativos para a chegada de Beryl, militares e policiais incentivaram outras retiradas: pediram aos 700 habitantes de uma pequena cidade pesqueira a 180 km ao sul de Cancún que saíssem de casa.
Na tarde de quarta-feira, alguns moradores pareciam dispostos a sair, mas outros se recusavam porque isso significaria abandonar os seus bens.
Nesta ocasião, todos os níveis de governo intensificaram as mensagens de alerta com antecedência suficiente para que todos sejam avisados sobre o Beryl.
No ano passado, a mesma operação não foi vista com o furacão Otis, que se intensificou com extrema rapidez até atingir a categoria 5.
À época, o fenômeno devastou Acapulco, na costa do Pacífico, além de deixar mais de 50 mortos. Cerca de 30 pessoas ainda estão desaparecidas.
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Por: G1
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