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O menino Lucas Gabriel Lourenço, de 3 anos, que tem hidrocefalia [acúmulo de líquido nas cavidades internas do cérebro] e paralisia cerebral ‘renasceu’, segundo os pais, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. O problema, de acordo com uma médica ouvida pelo g1, é raro em crianças e precisa ser acompanhado (leia ao final). A criança permanece internada, mas em melhora progressiva.
Há quatro meses, Lucas teve uma infecção urinária e, desde então, as idas ao hospital têm sido rotina na vida da família. Em outa situação, o menino chegou a sofrer uma parada respiratória. De acordo com a mãe, Rosana Lourenço, moradora de Praia Grande, no litoral de São Paulo, o filho chegou a ser entubado e a respirar com auxílio de ventilação mecânica.
Ela contou à reportagem que levou o menino ao Hospital Irmã Dulce com porque ele vomitava e estava com uma sonolência fora do comum. “Parecia que estava desfalecido”.
Rosana lembrou que o filho passou por exames de sangue, urina e tomografia, mas nada foi detectado. Mesmo assim, disse que Lucas passou o dia na unidade tomando soro e medicações na veia. Antes de ser liberado, já perto das 20h, a criança sofreu uma convulsão, e foi mantida no hospital.
Às 21h30, a mãe disse ter recebido uma mensagem de uma funcionária da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Infantil informando que o filho havia sofrido uma parada cardiorrespiratória. “Fiquei desesperada”.
Ela contou que o filho ainda apresentou um problema no pulmão, sendo necessária a colocação de uma sonda traqueal para retirar secreções do órgão. Só na última quarta-feira (14), os médicos informaram que a sonda seria retirada e que Lucas poderia voltar a se alimentar.
“Ele renasceu e é um guerreiro. Está evoluindo bem e sem os médicos ele não teria sobrevivido, são como heróis na vida do meu filho”, ressaltou ela, que está no hospital desde 9 de setembro.
Rosana Lourenço foi informada de que o filho havia sofrido uma parada cardiorrespiratória há uma semana. Ele segue internado — Foto: Arquivo Pessoal
De acordo com Rosana, Lucas Gabriel tem hidrocefalia, paralisia cerebral e se encontra com problemas renais. Devido a essas condições, o menino começou a ter uma rotina hospitalar intensa nos últimos quatro meses, após descobrir uma infecção urinária.
Na época, Lucas Gabriel ficou internado no Hospital Guilherme Álvaro (HGA) devido à essa infecção e sofreu uma primeira parada respiratória. “Ele teve complicações no hospital, desenvolveu pneumonia e depois essa parada”.
Rosana explicou que a criança possui uma válvula cerebral devido à hidrocefalia. Ela afirma que o equipamento está entupido e que Lucas Gabriel está tomando medicações, tanto para o desentupimento da válvula, quanto um anticonvulsivo.
Segundo a médica cardiologista Mirella Fuschini, não é comum crianças saudáveis terem paradas cardiorrespiratórias. Ela explica que há sempre um fator desencadeando. “Pode ter sido o uso de remédios ou até mesmo infecção por conta da mobilidade reduzida e da hidrocefalia”, conta ela.
Mirella afirma que as causas e os sintomas da parada são raros, e que a sonolência e os vômitos não são indicativos para que seja apontada uma parada cardiorrespiratória.
A especialista explica que os sintomas sentidos por Lucas Gabriel podem ser, inclusive, característicos de uma virose. A cardiologista ainda alerta para que os pais e responsáveis façam avaliações cardiológicas até os 10 anos da criança para que sejam eliminadas as dúvidas de doenças cardiológicas.
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