Navio asiático atracado no Porto de Santos com tripulantes infectados pela covid-19 é autorizado pela Anvisa à operar — Foto: Reprodução
Um navio porta-contêineres atracado no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, está com oito tripulantes com Covid-19, segundo informações do presidente do Sindicato dos Estivadores, Bruno José dos Santos, nesta quarta-feira (15). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a operação na embarcação. De acordo com o sindicato, os demais funcionários estão preocupados com a situação.
A embarcação é de Singapura e está atracada no Porto de Santos desde segunda-feira (13). A previsão é que o navio fique até sábado (18) no cais santista, quando parte rumo à Buenos Aires, na Argentina. A Santos Port Authority, a autoridade portuária de Santos, confirmou ao g1 que o início das operações da embarcação foi autorizado pela Anvisa.
A Anivsa informou, por meio de nota, que identificou e notificou 1 caso de Covid-19 quando o navio Monte Azul saiu dos EUA. Ao chegar ao Brasil, a Anvisa determinou a paralisação das operações da embarcação, até que todos fossem testados e passassem por avaliação médica.
A Anvisa diz que a tripulação estava 100% vacinada, com o ciclo vacinal completo e assintomática. Os resultados dos testes demonstraram 8 positivados, que estão isolados a bordo. Conforme a RDC 584, de dezembro de 2021, as embarcações com 100% da tripulação vacinada estão dispensadas de outras medidas como mudança da tripulação, quarentena em trabalho ou quarentena da embarcação.
Ainda segundo a Anvisa, dessa forma, a continuidade das atividades para os demais tripulantes é possível mantendo-se as medidas preventivas, como por exemplo, uso constante de equipamento de proteção individual (EPI) para os indivíduos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores, mesmo estando desde o dia 13 atracado, as operações do navio no cais santista só começaram no início da noite desta terça-feira (14). Ele diz que recebeu diversas ligações de estivadores, que são vinculados ao terminal onde o navio está atracado, afirmando que teriam que trabalhar a bordo da embarcação com infectados.
“Colocar os trabalhadores a exposição não é aceitável. Infelizmente estão todos em pânico e não podem sequer negar em fazer o trabalho com medo de serem despedidos. Os trabalhadores estão sofrendo um terror psicológico com essa situação”, disse o presidente do sindicato.
De acordo com ele, foram disponibilizados Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que não fazem parte do dia a dia do trabalho, como macacão de Tyvek, para proteção em operações químicas, além de máscaras e luvas.
Ainda segundo o presidente do sindicato, todos os infectados estão isolados em uma parte do navio. Ele diz que desconhecia essa medida. “Não conhecia esse protocolo, o antigo prezava-se a assistência médica à tripulação, e o navio ia para uma quarentena na barra. Esse novo protocolo da Anvisa põe em risco todos os trabalhadores e também todos moradores da região”.
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