Renato Vargens
– 20/09/2022 14h47
O legalismo já foi uma forte vertente do evangelicalismo brasileiro; todavia, de um tempo para cá, os adeptos do farisaísmo da modernidade perderam espaço para os defensores do liberalismo comportamental. No entanto, apesar desse fato inequívoco, ainda é comum encontrarmos, nos arraiais evangélicos, defensores de um tipo de religiosidade absolutamente antagônica aos ensinos das Escrituras.
Bom, antes que alguém me acuse de ser libertino, vale a pena ressaltar que por eu estar combatendo o legalismo, não significa dizer que esteja apoiando o comportamento desregrado defendido por alguns. Na verdade, ouso afirmar que a “liberdade” defendida pelos liberais é carnal, antibíblica e completamente distante dos ensinamentos de Jesus.
Isto posto e esclarecido, vamos aos fatos:
Legalismo é um termo usado pelos evangélicos para descrever uma posição doutrinária que enfatiza um sistema de regras e regulamentos para alcançar salvação e crescimento espiritual. Sob essa perspectiva, os defensores desse tipo de percepção doutrinária acreditam que é necessário obedecer a ditos e regulamentos com vistas à salvação.
Permita-me exemplificar essa afirmação por meio de dois relatos distintos:
1. Não faz muito tempo, acompanhei nas redes sociais a defesa, por parte de algumas mulheres, da ideia de que uma crente piedosa é aquela que valoriza a beleza natural, evitando maquiagem e uso do vermelho tanto no batom, como nas roupas. Até porque, dizem elas, quem cuida do corpo usando cremes, maquiagem ou mesmo se depilando, está em pecado.
2. Há pouco, todo o Brasil acompanhou pelas redes sociais os ensinos da IPDA quanto à proibição das mulheres usarem calça comprida, maquiagem, ou mesmo frequentarem praias e piscinas. As reportagens quanto aos usos e costumes daquela igreja são impressionantes. Na verdade, se um membro da igreja desobedecer às ordens da diretoria da igreja quanto à roupa, ao cabelo e à maquiagem, deverão ser punidos.
Caro(a) leitor(a), observe que os exemplos que dei apontam para o fato de que para muitos a salvação está atrelada àquilo que fazemos ou deixamos de fazer. Na verdade, para os legalistas da modernidade não observar regras ou costumes significa dizer que os que assim se comportam são ímpios.
Prezado(a) amigo(a), o legalismo não morreu. Ele ainda está vivo e presente na Igreja. Ainda é uma ameaça à saúde espiritual do povo de Deus por condicionar a salvação a atos, obras e comportamentos. Como bem disse Russell Shedd: “O legalismo ofende a justiça de Deus, porque julga os irmãos segundo um código moral humano e não em termos de uma comunhão com Cristo”.
Somos salvos por graça e não por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer. Malcon Smith definiu o legalismo como um caldo mortífero. Hernandes Dias Lopes afirmou que quem dele se nutre, adoece e morre. Sim! O legalismo é um problema sério à Igreja, pois dá mais valor à forma do que à essência; dá mais importância à tradição do que à verdade; valoriza mais os ritos religiosos do que o amor. O legalismo veste-se com uma capa de ortodoxia; mas, em última análise, não é a verdade de Deus que defende, mas seu tradicionalismo conveniente.
Pense nisso!
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Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 32 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É membro dos conselhos do TGC Brasil e IBDR.
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* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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