Najara e o companheiro se preparavam para encerrar o expediente, por volta das 6h, e tinham acabado de estacionar a viatura em frente a uma padaria no bairro Campo Grande. Antes de descerem do veículo, eles escutaram alguns estouros. Logo em seguida, ela contou ter sentido um impacto nas costas.
“Eu olhei para o meu parceiro e falei: Meu, o que é isso? E aí senti o primeiro tiro, que foi o tiro das costas”, contou durante participação no podcast Snider Cast. A cabo da PM ainda lembrou ter sentido como se tivesse levado um “murro nas costas”.
Najara lembrou que não conseguia se movimentar pelo tiro que levou nas costas e outro no ombros, que só foi descobrir ao chegar na Santa Casa de Santos, onde foi cuidada pela equipe médica e passou 22 dias internadas. Até então trabalhava com duas hipóteses, a de que iria morrer ou ficar paraplégica.
No caminho até a unidade de saúde, inclusive, disse ter tomado um chacoalhão do companheiro quando disse que iria morrer.
“Eu não estava sentindo nada, não estava sentindo minha perna, não estava sentindo meu braço, e ele gritou pra mim: Você não vai morrer comigo, você não vai morrer”, disse ela, que pensava a todo instante na filha, mães e irmãos. No hospital, a cabo da PM ainda recebeu a visita do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Najara Gomes foi baleada nas costas em frente à padaria em Santos (SP) — Foto: Daniel Gois/ Reprodução g1
Najara era a condutora da viatura. Durante a troca de tiros, se manteve todo tempo sentada, até pelo fato de depois de ter sido atingida não conseguir se mexer. Ela contou que estava com o parceiro de farda perto da área de morro onde estavam acontecendo recorrências de roubo de carros.
O veículo usado pelos criminosos, inclusive, era um dos automóveis que estavam sendo observados. “A gente já estava, na verdade, ali monitorando aquele carro que participou do atentado. […] já tinha um tempinho”
Segundo ela, o expediente chegaria ao fim às 7h, e eram 5h50 quando ela parou a viatura para o encarregado terminar o relatório. “A gente está ali terminando o serviço”.
PMs baleados por criminosos durante operação no litoral de SP seguem internados — Foto: Reprodução
Na ação, um soldado do 8º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de Presidente Prudente foi atingido na região da virilha durante confronto contra os criminosos. O soldado também foi levado à Santa Casa, onde recebeu assistência da equipe médica. Ele já se recuperou e passa bem.
A Operação Escudo, de combate ao tráfico de drogas e no crime organizado, completou 30 dias, sendo realizada na Baixada Santista, no litoral de São Paulo. A operação foi deflagrada após assassinato do soldado PM da Rota Patrick Bastos Reis, que fazia patrulhamento pela Vila Julia, em Guarujá.
Policiamento em Guarujá (SP) foi reforçado durante ‘Operação Escudo’ — Foto: Reprodução
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