Uma mulher registrou uma ocorrência contra uma motorista que, segundo ela, a derrubou da moto, não prestou socorro e, depois disso, ainda ‘mandou beijos’. O caso ocorreu em Santos, no litoral de São Paulo. Procurada pelo g1, nesta quinta-feira (16), a condutora do carro disse ter apenas encostado na moto por desatenção e que se mostrou disponível para conversar.
Um vídeo obtido pela reportagem mostra a motorista ‘mandando beijos’ à motociclista após o desentendimento, que ocorreu um semáforo adiante do local do acidente (veja o vídeo acima).
A motociclista Thais Silva e a motorista, que foi filmada mandando um beijo durante a discussão de trânsito em Santos (SP) — Foto: Arquivo pessoal e reprodução
A motociclista Thais Silva, de 37 anos, contou que voltava do trabalho, na terça-feira (14), e o trânsito estava intenso na avenida Coronel Joaquim Montenegro (canal 6). No local, equipes da Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos (CET) reparavam um semáforo e trânsito foi desviado para a Alameda Armênio Mendes.
“Como eu estava de moto, fui contornando os carros para tentar chegar mais rápido ao meu destino. Quando chegou para virar na Epitácio Pessoa, estava muito trânsito e eu não consegui entrar no corredor. Aí, eu parei entre os carros, na diagonal e fiquei lá”, afirmou.
Segundo a bancária, o sinal abriu, mas o carro que estava na frente dela não andou. Ela buzinou para que ele avançasse e, naquele momento, a motorista que estava atrás a atingiu. Thais acredita que a mulher possa ter levado a ‘buzinada’ como uma indireta.
“Ela devia estar distraída, mexendo no celular, não sei. Só sei quem no mesmo segundo que eu buzinei, ela andou com o carro e não me viu. Aí, ela me derrubou. Não chegou a ser um acidente, eu não estava em movimento. Mas, ela me derrubou. A moto caiu, eu caí, vieram pessoas ajudar”, disse.
Motociclista tirou fotos de como o veículo ficou após o ocorrido. Ela afirma que ele já tinha alguns arranhões. — Foto: Arquivo pessoal
“Fiquei paralisada”, diz a motorista
A motorista, que preferiu não se identificada, deu uma versão diferente. Ela contou ao g1 que estava parada no trânsito quando o sinal abriu e o carro em frente ao dela começou a andar. A mulher disse que acreditou que Thais andaria também e, por isso, avançou com o próprio veículo.
“Os carros da rua lateral começaram a querer passar. O carro que estava na minha frente andou. Ela estava parada em um espaço muito pequeno entre o meu carro e o da frente. Entrou ali e ficou parada. Na minha opinião, sinceramente, ela caiu sozinha”, afirmou a motorista.
A mulher disse que tentou sair do carro quando viu a moça caída, mas outros veículos começaram a entrar na rua na frente dela e ela ficou paralisada. “Eu não conseguia tirar o cinto. Quando eu consegui, vieram dois homens ajudá-la a levantar a moto. Quando eu consegui tirar o cinto, ela tinha sentado na moto e saído, ilesa. Aí eu pensei: ‘ela não se machucou, não aconteceu nada'”.
A motorista ainda disse que o acidente foi causado por culpa da própria motociclista, que usava um salto alto enquanto conduzia a moto.
Motorista afirmou que o carro não ficou danificado, ao contrário do que disse Thais. — Foto: Arquivo pessoal
Thais lembrou ter ficado indignada com a situação. Segundo ela, a motorista não demonstrou interesse em confirmar se ela estava bem. Ela conta que, a poucos metros da queda, Thais tentou falar com a motorista, mas esta fechou a janela. Nessa hora, a mulher ‘mandou beijos’ à ela.
“Ela ‘pagou de louca’, disse que eu caí sozinha. Sendo que a marca do bagageiro da moto ficou no para-choque dela, do carro dela. E, todo mundo viu que ela me derrubou, o trânsito estava parado”, recordou. “Eu vou processá-la. Eu entendo que foi algo muito simples, mas poderia ter sido grave”, disse Thais.
Thais gravou o rosto da mulher e tirou fotos do próprio veículo, que já estava arranhado, mas teve a lateral esquerda amassada na queda. A motorista afirma que registrou um boletim de ocorrência sobre o caso, mas não quis enviá-lo à reportagem. Thais registrou um boletim de ocorrência eletrônico.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, mas não obteve retorno sobre o registro do caso até a última atualização desta reportagem.
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