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Presidente do Peru descarta renúncia e insiste que Congresso antecipe eleições

today17 de dezembro de 2022 24

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Protestos no país deixaram 20 mortos e mais de 60 feridos na última semana. Ex-presidente Pedro Castillo foi destituído e preso após tentar dar um golpe de Estado.


Manifestantes pedem paz em meio a protestos violentos no Peru. — Foto: REUTERS/Sebastian Castaneda



A atual presidente do Peru, Dina Boluarte, exigiu que o Congresso aprove a proposta para antecipar as eleições gerais no país. A declaração foi dada em uma entrevista coletiva neste sábado (17).

A presidente também descartou a renúncia do cargo.

“O que se resolve com a minha renúncia? Aqui vamos permanecer, firmes, até que o Congresso resolva a antecipação das eleições […]. Exijo que se reconsidere a votação”.

Boluarte se referia à decisão de sexta-feira (16), quando o Parlamento votou contra adiantar as eleições de 2026 para 2023.

Dina Boluarte assumiu a presidência no início deste mês, depois que o então presidente, Pedro Castillo, tentou dissolver o Congresso ilegalmente e foi preso. A Justiça determinou a prisão preventiva dele por 18 meses.

A crise provocou a renúncia da ministra da Educação, Patrícia Correa, na última sexta-feira (16). Ela declarou que a morte de compatriotas em protestos “não tem justificativa”. O ministro da Cultura, Jair Pérez, renunciou logo depois, com a mesma justificativa.

Entenda a crise que resultou na prisão de Pedro Castillo:

  • O líder peruano foi eleito em 2021 após uma eleição extremamente polarizada. Pedro Castillo surpreendeu e venceu Keiko Fujimori, que é filha do ex-presidente Alberto Fujimori, por uma margem pequena de votos;
  • A candidata derrotada foi à Justiça Eleitoral para questionar o resultado das eleições, o que causou uma série de manifestações feitas por apoiadores de Castillo e Fujimori;
  • Keiko Fujimori só aceitou os resultados das urnas mais de um mês após o segundo turno das eleições;
  • Antes mesmo de assumir o cargo, ainda na campanha, Castillo já havia dado declarações polêmicas, ameaçando fechar o Congresso se os parlamentares não aceitassem os planos dele;
  • Com o parlamento dominado pela oposição, a primeira crise do governo aconteceu dois meses depois da posse, quando o primeiro-ministro do país e todo o gabinete ministerial renunciaram aos cargos;
  • Em dezembro de 2021, Castillo sofreu o primeiro pedido de impeachment, que acabou sendo derrubado. Outros dois foram abertos, sendo que o último resultou no afastamento do presidente em 07 de dezembro de 2022;
  • Ainda em 07 de dezembro, o presidente fez uma transmissão pública para anunciar a dissolução do Congresso e convocar novas eleições, em resposta ao último pedido de impeachment que sofreu;
  • Durante o anúncio de dissolução do Congresso, Castillo afirmou que iria instituir um governo de exceção, declarando estado de emergência;
  • A manobra de Castillo não funcionou. O Parlamento ignorou a dissolução e se reuniu para aprovar o pedido de impeachment do presidente;
  • As Forças Armadas também não apoiaram o presidente e afirmaram que o Castillo só poderia dissolver o Congresso se os parlamentares tivessem derrubado todos os ministros do governo, o que não aconteceu;
  • A Suprema Corte do Peru classificou a atitude de Castillo como golpe de Estado e determinou que a vice, Dina Boluarte, assuma a Presidência;
  • Castillo foi preso momentos depois, enquanto se preparava para deixar o Palácio do Governo.

Justiça determina 18 meses de prisão preventiva para Pedro Castillo, ex-presidente do Peru

Justiça determina 18 meses de prisão preventiva para Pedro Castillo, ex-presidente do Peru

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