Na segunda-feira (28), a principal corte eleitoral do país certificou a vitória de Arévalo.
No entanto, promotores estão tentando suspender o partido pelo qual ele foi eleito, o que implicaria acabar com o apoio dele no Legislativo.
Além disso, Torres, a derrotada, entrou com um processo para reverter os resultados das urnas, dizendo que houve fraude na contagem de votos (os órgãos independentes e outros grupos de observação de eleições afirmam que não viram fraudes).
Entenda o que está acontecendo.
O país teve diversos casos de corrupção. Em 2006, a Guatemala convocou uma comissão internacional, a CICIG, para atuar no combate à corrupção.
Houve Resultados: em 2015, o presidente Otto Pérez Molina foi direto para a cadeia.
Em 2019, o presidente seguinte, Jimmy Morales, expulsou a comissão do país.
O atual presidente, Alejandro Giammattei, e a procuradora-geral Consuelo Porras, foram atrás justamente das pessoas que investigaram casos de corrupção no passado.
Cerca de 30 juízes e promotores foram obrigados a deixar o país depois de serem processados. Críticos e oponentes também foram alvo.
O governo dos EUA afirmou que as ações de Porras são injustificadas e cancelou o visto dela.
O presidente eleito Arévalo fez campanha dizendo que iria lutar contra a corrupção. O governo atual tem receio de ter que enfrentar condenações e eventuais penas.
Os promotores então disseram que examinaram as assinaturas da criança do partido de Arévalo, que seriam ilegais.
Porras então pediu a suspensão do partido (a lei diz que isso não poderia ser feito durante uma campanha política).
A expressão “lawfare” é entendida como a instrumentalização da Justiça e de processos para intimidar, silenciar ou descreditar oponentes políticos.
No caso da Guatemala, três candidatos com boas chances de vencer foram barrados nas eleições por critérios técnicos –alguns desses critérios eram detalhes.
A Procuradoria fez buscas e apreensões no gabinete da Justiça Eleitoral horas antes da certificação dos resultados do primeiro turno.
O que os promotores dizem faz sentido?
Os promotores afirmam que uma das pessoas que assinaram um documento para criar o partido de Arévalo, em 2022, se apresentou para dizer que sua assinatura foi falsificada. Eles também disseram que nomes de 12 pessoas falecidas foram encontrados entre as 25 mil assinaturas e que até 100 delas podem ter sido falsificadas.
O escritório também alega que algumas das pessoas que coletaram assinaturas foram pagas para fazê-lo, algo que é legal e comum nos Estados Unidos, por exemplo. Os apoiadores de Arévalo dizem que esse é um argumento insignificante para anular milhões de votos.
Giammattei, o atual presidente, tentou sinalizar que não tinha relação nenhuma com as operações e processos de seu procurador-geral. Ele disse que está disposto a se reunir com Arévalo e efetuar a transferência de poder para ele em 14 de janeiro.
Dificilmente Arévalo, o eleito, vai ser impedido de assumir o cargo. e os esforços de seus opositores agora parecem estar concentrados em garantir que ele seja um presidente fraco, com o mínimo de apoio legislativo possível.
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