Professora relata perseguição e agressão dentro de escola estadual no litoral de SP
A professora de matemática Michele de Sá Ramos Teixeira, de 46 anos, descreveu a perseguição que está sofrendo de outro professor há cinco meses na Escola Estadual Professora Judith Sant’ana Diegues, em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo. Ao g1, ela contou que foi agredida pelo colega de trabalho e pela esposa dele, dentro de uma sala de aula. Segundo ela, a situação levou a profissional a procurar acompanhamento psiquiátrico. A secretaria Estadual de Educação informou que o caso está sendo apurado.
Imagens obtidas pelo g1 mostram a esposa do professor discutindo com Michele e alterando a voz enquanto pega na mão da professora para abaixar o dedo dela. Também foi flagrado o momento em que o professor diz: “se é na minha quebrada, a gente vinha com umas 40 mães e já tinha ‘dado um pau’ nela” (veja vídeo acima).
Professora relata perseguição e agressão dentro de escola estadual em Ilha Comprida — Foto: Reprodução
De acordo com Michele, o desentendimento entre ela e o professor começou em março deste ano, após um político realizar uma denúncia na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) contra ele.
“Os alunos gravaram um áudio das opressões que vinham passando pelo professor. Eu estava de licença médica na época, só fiquei sabendo da denuncia depois. No dia seguinte à denúncia, ele chegou na escola falando que iria fazer um boletim de ocorrência contra mim, afirmando que eu havia o denunciado”.
Michele relatou também que o professor e a esposa começaram a falar que ela estava praticando injúria contra o filho deles, que é aluno de Michele. “Estão usando o menino. Durante todos esses meses ele [o professor] vinha me encarando, perseguindo e caluniando a minha imagem”.
Segundo a professora de matemática, no dia 11 de agosto ela foi chamada na sala de aula, pois uma mãe queria falar com ela. Quando ela chegou ao local, se deparou com a esposa do professor, que teria discutido e a agredido. “Fui me esconder na sala dos professores, e eles [o professor e a esposa] entraram lá. Outros professores também vieram e uma professora gravou a segunda parte da agressão”.
Michele afirmou que fez uma denuncia na Diretoria de Ensino de Miracatu, a comarca que cuida da unidade escolar, e para a Promotoria de Justiça de Iguape, que é a cidade onde ela mora.
“Sou educadora há 17 anos e nunca vivi algo assim, um professor agressor me perseguindo tão fortemente assim. Ele falou que se eu estivesse ‘na quebrada dele’ juntava 40 mães e me quebrava inteirinha. E, a mulher dele fala que vai me matar”
Por conta das ameaças, a professora conta que está abalada psicologicamente e passando por atendimentos com psicólogo e psiquiatra. “Estou de licença médica, tudo isso me assusta muito”, desabafou.
A secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou, por meio de nota, que a Diretoria de Ensino de Miracatu abriu uma apuração preliminar, para ouvir os dois docentes e para realizar as medidas cabíveis.
A pasta afirmou também que as imagens do ocorrido estão em posse das autoridades para que, se necessário, sejam aplicadas as medidas legais necessárias.
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