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Queimadas: Sem Rouanet os artistas cantaram, com Rouanet os artistas silenciaram

today13 de setembro de 2024 24

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Lawrence Maximus – 13/09/2024 14h31

Obviedades, o título do artigo é um sarcasmo em forma de protesto à hipocrisia dos artistas woke. Ou seja, à fajuta canção pela Amazônia em 2021 e o silêncio estarrecedor agora, com o recorde de queimadas no Brasil.

Na última terça-feira (10), o Brasil registrou 5.132 focos de incêndio, concentrando 75,9% das áreas afetadas pelo fogo em toda a América do Sul, de acordo com dados do Programa Queimadas, do Inpe. No entanto, apesar do aumento das queimadas, o discurso por parte de artistas e organismos ambientais mudou.

Durante o governo Bolsonaro, esses agentes culpavam, assim como o discurso da esquerda, o alegado “descaso” com o meio ambiente como um todo. Agora, nem se tenta responsabilizar o atual presidente da República e a ministra do Meio Ambiente.

A postura da organização não governamental Greenpeace era, entretanto, diferente antes de Lula reassumir o poder. Em setembro de 2022, em pleno período de campanha eleitoral, a ONG tomou lado na questão político-partidária e lançou a música Canção pra Amazônia, com melodia de Nando Reis e letra de Carlos Rennó.



Artistas dos mais diversos estilos musicais se uniram para clamar: “Salve a Amazônia”. Anavitória, Iza, Criolo, Arnaldo Antunes, Duda Beat, Vitão, Péricles, Gaby Amarantos, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Daniela Mercury são alguns dos que se revezam na cantoria, em tom melancólico, dos versos da música de Reis e Rennó. Aparentemente a mensagem tinha prazo de validade!

Artistas internacionais participaram dessa fábula; entre os mais notáveis estão: Leonardo DiCaprio, Gisele Bündchen, Greta Thunberg, Madonna, Mark Ruffalo, entre outros. Anitta, com carreira internacional, levou às redes, também em 2019, um vídeo chamado Brasil – Um País em Chamas.

Entretanto, mais da metade do Brasil hoje está coberta pela fuligem gerada pelas queimadas recordes no país, especialmente na Amazônia, no Pantanal e no Centro-Oeste. A fumaça já atinge uma área de 5 milhões de km², cobrindo 60% do território nacional, de acordo com Karla Longo, pesquisadora do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

O mês de agosto agora, neste ano, foi o pior mês em termos de queimadas nos últimos 14 anos, com 68.635 ocorrências, um aumento de 144% em relação a 2023. O Brasil também enfrenta a pior seca em 44 anos, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), agravando ainda mais o cenário de destruição ambiental.

Em suma, e só para que fique bem registrado: cadê os artistas defensores da causa ambiental? Eles desistiram de “salvar” o Brasil!

Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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Por: Lawrence Maximus

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