Segundo a família, Paollo não estava no ônibus com os outros atletas por ter sido selecionado para tirar fotos em uma premiação pelo número de gols. Ele foi embora no carro com um auxiliar técnico e um médico do clube. O veículo foi ‘prensado’ por dois caminhões em uma estrada. Todos morreram.
Nascido em Santos, no litoral de São Paulo, Paollo deixou o Brasil quando tinha apenas oito anos, ao lado da mãe, Katyuscia Madeira, e do irmão, Sergio Madeira. Segundo a mulher, o filho tinha o futebol ‘no sangue’, uma vez que o avô chegou a jogar na Portuguesa Santista e ela, no Jabaquara, o ‘Jabuca’.
“Eu descobri que estava grávida enquanto estava jogando bola”, disse Katyuscia. “Estava grávida de gêmeos, caí [no chão] e perdi um. Ficou o Paollo, que sempre foi apaixonado pelo futebol”.
Atacante Paollo Madeira morreu em acidente de carro no Vietnã — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Futebol: sonho de menino e ‘xodó’ do avô
Paollo desejava ser jogador de futebol desde criança. Segundo a mãe, a decisão de se mudar para Portugal foi tomada para garantir um futuro melhor para os filhos. “Abri mão de tudo que poderia viver aí [no Brasil] para vir para cá com dois filhos. […] Hoje, se for embora, vou com um filho só”, lamentou.
Na Europa, Paollo também deu continuidade ao sonho do avô, que, de acordo com a família, não pôde seguir carreira como jogador por proibição do pai dele, bisavô do rapaz. O parente, que morreu durante a pandemia da Covid-19, era um dos maiores ‘fãs’ do atacante.
“Meu pai ligava antes da partida e, depois, para ‘reclamar’ que ele não fez determinada coisa [em campo]”, brincou Uyara Madeira, tia do jovem.
O atacante Paollo Madeira atuou no futebol português e vietnamita — Foto: Reprodução
Paollo começou a carreira profissional no Imortal, em Portugal, em 2011. Ainda no país europeu, passou pelo Quarteirense, SC Farense e CF Estrela da Amadora. No futebol vietnamita, atuou no Ha Tinm FC e, por fim, no Hoang Anh Gia Lai FC.
“Um menino cheio de sonhos. Estávamos negociando com clubes europeus”, disse o empresário de Paollo, João Santos. “Era rápido, inteligente, jogava muito bem com os dois pés e era muito forte no jogo aéreo. Foi um jogador que me ‘apaixonei’ desde o primeiro momento”.
Humilde, tímido e amado por todos
O empresário definiu Paollo como um jovem com um coração “do tamanho do mundo”. Segundo ele e os familiares, o rapaz não se dedicava ‘apenas’ ao esporte, mas também às relações com amigos e parentes.
“Era um menino de olhar brilhante e sorriso tímido. Um coração gigantesco. Se você tivesse que pedir qualquer coisa, ele já falava falava: ‘Toma’. O importante para ele era jogar bola”, disse a tia.
Por fim, a mãe afirmou que o filho era muito amado por todos ao redor dele. “Humilde e carinhoso. Ele era fantástico. E sempre esteve feliz no futebol”, complementou.
Paollo Madeira morreu aos 27 anos, em um acidente de trânsito no Vietnã — Foto: Reprodução
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