O Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido anunciou a ampliação da proibição do uso de bloqueadores hormonais para menores transexuais, decisão inicialmente tomada em maio deste ano.
A nova medida, agora em vigor por tempo indeterminado, fundamenta-se em análises que destacaram a falta de segurança na utilização desses medicamentos em crianças.
Em nota, o órgão informou que “a Comissão de Medicamentos Humanos (CHM) forneceu conselhos de especialistas independentes de que atualmente existe um risco inaceitável de segurança na prescrição contínua de bloqueadores da puberdade para crianças”.
O Secretário de Saúde e Assistência Social, Wes Streeting, apoiou a decisão, enfatizando a necessidade de amplas evidências científicas antes de intervenções dessa natureza. Streeting destacou que é essencial agir com cautela quando se trata de um grupo tão vulnerável: “As autoridades de saúde precisam agir com cautela e cuidado quando se trata desse grupo vulnerável de jovens”.
Efeitos irreversíveis
Nos últimos anos, relatos de jovens que se arrependeram de procedimentos relacionados à “mudança de sexo” têm gerado crescente debate. Muitos desses casos envolvem o uso de bloqueadores hormonais e intervenções irreversíveis.
Um exemplo é o caso recente de Kaya Clementine Breen, uma jovem que, aos 12 anos, iniciou o uso de bloqueadores hormonais. Aos 14 anos, foi submetida a uma dupla mastectomia. Hoje com 20 anos, Kaya processa os profissionais de saúde envolvidos, alegando que “seu corpo foi irreversivelmente e profundamente danificado”.
O Departamento de Saúde reforçou sua posição afirmando, conforme publicado pelo The Christian Post, que “não há evidências suficientes para apoiar a segurança ou a eficácia clínica dos hormônios supressores da puberdade para tornar o tratamento rotineiramente disponível neste momento”.
Repercussão internacional
A decisão do Reino Unido pode estabelecer um precedente para outros países em relação à regulamentação do uso de bloqueadores hormonais em menores. Em nações como o Brasil, onde há ampliação da oferta desses medicamentos sob o governo atual, o tema levanta discussões sobre segurança, ética e a proteção da infância.
Este movimento, embasado por especialistas e liderado por um dos principais órgãos de saúde do mundo, reflete a crescente preocupação com os efeitos irreversíveis dessas intervenções.
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