G1 Mundo

Revolução feminina no Irã, ano 1: jovens abandonam véu obrigatório após morte de Mahsa Amini por lenço mal colocado

today16 de setembro de 2023 13

Fundo
share close

Nas ruas da capital Teerã e de outras cidades do Irã, a mudança é visível no rosto das mulheres. E, mais especificamente, nos cabelos.

Um ano após a morte de Mahsa Amini, a jovem de 22 anos que foi presa durante férias com a família por usar o véu mostrando um pouco de cabelo, cada vez mais jovens deixam de usar a vestimenta, que segue obrigatória para mulheres no país.

“A cara da cidade mudou, nos cafés e restaurantes, há cada vez mais mulheres sem véu. Mas eu sei que é uma batalha,” relata Tanze, uma jovem engenheira iraniana, de 40 anos. “Antes, eu usava um véu no pescoço e colocava no cabelo somente quando necessário. Hoje, esse lenço está na minha bolsa e quando preciso, eu tiro”,



Em 16 de setembro de 2022, Mahsa Amini, natural da região do Curdistão, foi detida em Teerã, acusada de “usar roupa inapropriada” pela chamada polícia da moralidade, uma unidade responsável por observar o cumprimento do rígido código de vestimenta. 

As iranianas devem cobrir os cabelos e não têm o direito de usar peças curtas, acima dos joelhos, calças apertadas ou jeans rasgados. Uma realidade que, segundo relatos, começa a mudar.

“Mulheres estão mais ousadas”

Morte de jovem revolta iranianos: Mahsa Amini tinha sido detida por não se vestir corretamente

Morte de jovem revolta iranianos: Mahsa Amini tinha sido detida por não se vestir corretamente

Essa opinião é partilhada por Hasti, decoradora de 40 anos que acredita que a sociedade iraniana está mudando, embora ainda existam muitas mulheres que continuam a usar o véu.

“As mulheres agora estão mais ousadas. Não usar o véu cria uma espécie de unidade. Quando vemos mulheres na rua sem véu, temos a sensação de que elas se parecem conosco”, diz.

“Algumas usam o véu em volta do pescoço, outras nem usam véu. Isso nos dá mais poder e a sensação de que podemos fazer isso. Mas não é apenas o véu, é como se tivéssemos criado uma nova linguagem entre nós”, conclui.

Apesar da melhora aparente pelo menos nos costumes, uma crise econômica atinge duramente a classe média iraniana.

Muitos jovens pensam em sair do país, relata Reza, um engenheiro de 39 anos.

“O país caminha para a falência. A realidade é ainda pior do que vemos, tudo está dando errado. Quaisquer que sejam os negócios”, aponta o engenheiro.

“Apenas os servidores públicos recebem seus salários, que estão longe de corresponder à inflação. O número de pessoas que partem ou querem ir embora aumentou muito. Eles saem por razões econômicas, mas fazem isso com lágrimas nos olhos”, finaliza.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.

Avalie

Post anterior

antes-e-depois:-imagens-de-satelite-mostram-barragens-e-estradas-destruidas-na-libia

G1 Mundo

ANTES E DEPOIS: imagens de satélite mostram barragens e estradas destruídas na Líbia

Mais de 11 mil pessoas morreram e 30 mil estão desaparecidas por conta da tragédia que afetou principalmente a cidade portuária de Derna. ANTES E DEPOIS: imagens de satélite mostram barragens e estradas destruídas na Líbia — Foto: g1/AFP O rompimento de duas barragens no domingo (10) agravou o cenário na Líbia, que já era tenso por conta de fortes chuvas. Como resultado, as enchentes deixaram mais de 11 mil […]

today16 de setembro de 2023 14

Publicar comentários (0)

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.


0%