O motoboy Luiz Fernando Vaz, de 37 anos, fez a gravação por volta de 7h. Ele passava pelo Canal 1, na altura da Avenida Carvalho de Mendonça, logo após deixar o enteado na escola.
“Não fiquei surpreso, porque sempre que passo vejo eles ali. Mas, dessa vez, como eles estavam todos juntos, resolvi filmar”, afirmou à equipe de reportagem.
Tilápias em canal de Santos (SP) — Foto: Luiz Fernando Vaz
Segundo ele, as tilápias podem ser vistas no canal, que fornece apoio ao sistema de drenagem municipal, há mais de um ano.
O biólogo marinho Alex Ribeiro explicou que se trata de peixe de água doce, nativo da região central da África. Sendo assim, é considerada uma espécie invasora no Brasil.
Já para o biológo marinho William Rodriguez Schepis, os peixes provavelmente foram colocados dentro do canal. “Por ser resistente, [a tilápia] consegue ter sucesso nos canais, mesmo bastante poluídos por esgoto”, afirmou.
Ribeiro afirmou que a cena registrada por Luiz Fernando indica um total desequilíbrio ambiental. “O exemplo que a gente tem no canal de Santos é que, de alguma forma, os animais foram descartados na natureza, colocados ali naquele ambiente”, explicou.
O especialista destacou que, provavelmente, a quantidade de oxigênio no meio do canal está baixa, então os peixes do vídeo estão concentrados na margem, na região de afluente – onde se origina uma nova carga de água com oxigênio. Assim, conseguem fazer a troca gasosa e continuar respirando.
“Ele [peixe] se alimenta de diversas coisas, praticamente um onívoro. Se alimenta de frutas, pequenos invertebrados, sementes, então o canal acaba sendo um ambiente propício […] Ele não precisa viver em uma água totalmente limpa, totalmente doce”, destacou.
Tilápias dentro do Canal 1, em Santos (SP) — Foto: Luiz Fernando Vaz
Apesar de os canais santistas não estarem interligados, há registros de peixes da espécie em praticamente todos eles. A Lei Complementar municipal 932, de 25 de abril de 2016, proíbe a captura de peixes no canal de Santos. Segundo Alex, o consumo dos animais também não é recomendado.
Sem um predador natural que dê conta da proliferação da espécie nos canais, o biólogo acredita que seja difícil realizar um controle no cenário atual. “Não é algo positivo. É um desequilíbrio que, dificilmente, a gente consiga controlar agora com um programa de controle desses animais”.
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