O presidente russo, Vladimir Putin, durante discurso em Moscou, em 21 de fevereiro de 2023. — Foto: Sputnik/Maksim Blinov/Kremlin via Reuters
Entre as várias guerras que Vladimir Putin empreende, a ofensiva contra a cultura e os valores que celebram os direitos humanos no Ocidente mereceu destaque em seu discurso de terça-feira (21). O presidente russo traçou o panorama de uma catástrofe espiritual perpetrada pelas nações ocidentais que apoiam a Ucrânia.
Putin falava para os russos, ancorados sob um regime de censura e mídia controlada, mas mirava também os bolsões da extrema direita que florescem nos Estados Unidos e em países europeus. Suas palavras soaram como bálsamo para estas comunidades:
“Veja o que eles fazem com seu próprio povo: a destruição de famílias, de identidades culturais e nacionais e a perversão que é o abuso infantil e a pedofilia são anunciados como norma. E os padres são forçados a abençoar casamentos de pessoas do mesmo sexo.”
Putin faz discurso sobre a guerra na Ucrânia
O presidente repetiu a norma de que a família tradicional se inicia com “a união de um homem com uma mulher”, explorando a sua narrativa geopolítica de que o Ocidente impõe valores que ameaçam e obscurecem a tradição e a fé da sociedade russa.
Dessa forma, ele justifica as ações militares na Ucrânia, com o prejuízo de milhares de vidas russas, assegurando que defende o país da degradação e da degeneração causada pelo Ocidente.
“Querem acabar com a Rússia de uma vez por todas”, bradou o presidente russo nesta terça-feira, mesclando, mais uma vez, realidade e ficção.
Ao exaltar a sua cruzada contra o satanismo ocidental e outros ideais cultuados na desinformação, Putin enfia goela abaixo dos russos a noção de que a Ucrânia livre e independente precisa ser exterminada. A guerra cultural faz parte de seu show.
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