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A infância e adolescência de Pelé: de engraxate aos gramados do Santos

today29 de dezembro de 2022 44

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Pelé, o maior jogador de futebol do mundo, nasceu no dia 23 de outubro de 1940, em Três Corações, em Minas Gerais. Filho do ex-jogador João Ramos do Nascimento, mais conhecido como Dondinho, falecido em 1996, e de Celeste Arantes, ele era o filho do meio do casal. A irmã mais velha é Maria Lúcia e Jair, o Zoca, falecido em 2020, o irmão mais novo.

Na infância, devido à origem humilde, Pelé chegou a fazer bicos como entregador de botas, vendedor de pastéis e engraxate. Na época, ele ganhou o apelido de Dico, como é chamado pelos familiares até os dias atuais.

Pelé descobriu o futebol por causa do pai. João Ramos do Nascimento jogou no Atlético-MG e no Fluminense, mas uma lesão no joelho o impediu de prosseguir no time. Já no fim de carreira, ele foi convidado para atuar no Bauru Atlético Clube (BAC). Por isso, em 1945, a família mudou-se para Bauru, no Estado de São Paulo.



Em 2016, Pelé tocou nas jabuticabeiras originais no quintal da casa onde viveu em Três Corações, MG. — Foto: Samantha Silva / G1

Pelé, no entanto, diz que nunca esqueceu das raízes mineiras. Por vezes, em entrevistas, se dizia um homem “de três corações”. “Sou mineiro, embora tenha poucas lembranças, talvez nenhuma, do lugar onde nasci. A cidade propriamente dita só conheci quando já era homem”, comentou.

Em Bauru, Pelé começou a jogar futebol. Ele passou pelos times amadores Sete de Setembro, Vai-quem-quer, Canto do Rio, Ameriquinha, São Paulinho de Curuçá, Radiun, BAC e pelo infantil do Noroeste. Com bola de borracha ou de meia, o talento do garoto já era evidente.

Aos 12 anos, ele foi visto por um olheiro e foi convidado para fazer um teste no juvenil do Bauru. O Rei ganhou o apelido de Pelé porque sempre mencionava durante as peladas o nome do goleiro Bilé, do Atlético de Três Corações.

Quando Pelé estava no BAC, segundo o jornalista Luiz Carlos Cordeiro, autor do livro De Edson a Pelé, a Infância do Rei em Bauru, ele foi oferecido ao Santos pelo técnico Waldemar de Brito. De acordo com o jornalista, três fatores definiram a vinda de Pelé para o Peixe: a amizade de Brito com dirigentes santistas, o trabalho de base feito pelo time da Vila Belmiro e a tranquilidade da cidade de Santos, que tinha 200 mil habitantes naquela época.

Contudo, não foi tão simples. Pelé precisou convencer a mãe Celeste, que não queria mais um jogador na família, pois a experiência do pai não havia sido das melhores. Para ela, Pelé, então com 15 anos, deveria estudar e ser professor em Bauru. No entanto, Waldemar de Brito conseguiu reverter o quadro.

Em 1956, os pertences de Pelé foram arrumados numa pequena mala e ele fez uma viagem de trem de Bauru a São Paulo, na companhia de Waldemar e Dondinho. Na capital paulista, eles pegaram o ônibus para Santos, onde Pelé morou em uma pensão. Logo que chegaram, eles foram para a Praia do Gonzaga e mataram a curiosidade em saber se a água do mar era mesmo salgada.

Pelé no início da carreira, no Santos, onde chegou em 1956. No ano seguinte, já foi o maior goleador do campeonato paulista, marcando 17 vezes e se tornando o mais jovem artilheiro da história da competição — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

Nas primeiras semanas no Santos, Pelé ficava admirando Pepe, Zito e Del Vecchio, entre outros. Na época, ele ganhou um apelido de Gasolina, o moleque de recados que comprava cigarros para o time.

No Santos, Pelé se decepcionou e, por pouco, não foi embora após uma partida decisiva. A equipe amadora disputava a partida final do Campeonato Santista, promovido pela Liga de Futebol Amador de Santos.

Nessa partida decisiva, quem estava apitando era o jovem Romualdo Arpi Filho, com 17 anos, e que tinha o apelido de Ganso. Em 1986, Romualdo, santista, apitou a final da Copa do Mundo, entre Argentina e Alemanha, vencida pelos argentinos por 3 a 2, no México.

Ele, prestes a completar 16 anos, foi encarregado de bater um pênalti que, se convertido, daria ao Santos o título. O jovem atacante desperdiçou a cobrança, mandando a bola por de cima do travessão do goleiro Fininho. Após a partida, Pelé arrumou a mala e, na madrugada, tentou deixar o alojamento da Vila Belmiro. Só que em seu caminho apareceu Sabuzinho, o roupeiro, que o impediu.

No Santos, Pelé iniciou uma carreira de 18 anos. Ele pisou no gramado da Vila Belmiro pela primeira vez em 1956 e despediu-se dele em 1974.

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