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A múmia enterrada com ‘coração de ouro’ há 2,3 mil anos no Egito

today27 de janeiro de 2023 12

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O corpo do jovem, que se estima ter morrido quando tinha entre 14 e 15 anos, foi encontrado em 1916. No entanto, os restos mortais permaneceram guardados por mais de um século, junto com dezenas de outros, nos depósitos do Museu Egípcio Cairo, sem ter sido examinados de perto por especialistas.

Isso mudou quando uma equipe liderada por Sahar Saleem, da Universidade do Cairo, decidiu verificar a múmia, usando um tomógrafo.

As imagens obtidas revelaram que o corpo tinha 49 amuletos de 21 tipos diferentes, muitos deles feitos de ouro. Por isso, a múmia foi batizada como o “menino de ouro”, anunciou Saleem em artigo publicado na revista Frontiers in Medicine.



A descoberta rendeu à múmia uma sala no Museu Egípcio, onde será exibida.

Uma equipe de pesquisadores egípcios usou um tomógrafo para examinar uma múmia de 2.300 anos que estava armazenada no Museu do Cairo por mais de um século — Foto: Cortesia s.n. Saleem, s.a. Seddik, m. El-halwagy/Via BBC

Os exames permitiram determinar que o jovem era de classe alta, pois “tinha ossos e dentes sãos, sem indícios de desnutrição ou doença”.

Seus restos mortais foram submetidos a um processo de mumificação de “alta qualidade, que incluiu a remoção do cérebro e das vísceras”.

As imagens mostraram que sob as mortalhas que cobriam o corpo do jovem havia um objeto ao lado do pênis, uma língua dourada dentro da boca e um objeto em forma de coração, também feito de ouro, abaixo da cavidade torácica.

Saleem lembrou que os antigos egípcios colocavam amuletos nos cadáveres de seus falecidos com o objetivo de “proteger e dar vitalidade” a eles na vida após a morte.

“A língua de ouro dentro da boca procurava garantir que o morto pudesse falar na vida após a morte”, explicou a especialista.

As imagens também mostraram que o corpo do jovem estava vestido com sandálias e ornado com guirlandas de samambaias.

A múmia — que seria do final do período ptolomaico (c. 332-30 aC) — foi encontrada em Edfu, no sul do Egito, em 1916. Seis anos antes disso, uma expedição liderada pelo britânico Howard Carter havia encontrado a tumba de Tutancâmon no Vale dos Reis.

Os restos mortais do menino estavam protegidos por dois sarcófagos. Do lado de fora havia uma inscrição em grego. O interior era feito de madeira. O cadáver tinha na cabeça uma máscara dourada.

A pesquisa permitiu determinar que o morto era membro da classe alta do antigo Egito — Foto: Cortesia s.n. Saleem, s.a. Seddik, m. El-halwagy/Via BBC

Saleem acredita que sua descoberta é apenas o começo de outras que virão.

“O Egito passou por extensas escavações no século 19 e início do século 20 que resultaram na descoberta de milhares de corpos antigos preservados, muitos ainda embrulhados e dentro de seus caixões”, diz ela.

“Desde sua inauguração em 1835, o Museu Egípcio no Cairo serviu como um depósito para esses achados e seu porão está repleto de muitas dessas múmias que ficaram trancadas por décadas sem serem estudadas ou exibidas.”

No passado, as bandagens eram removidas das múmias e os corpos eram submetidos a uma dissecação invasiva para fins de pesquisa e entretenimento, afirma a pesquisadora.

Mas agora, a tomografia computadorizada pode ser uma ótima ferramenta para pesquisar muitos desses restos mortais sem danificá-los, algo que permitirá aprofundar “mais sobre a saúde, as crenças e as habilidades dos humanos na antiguidade”.

“A tomografia computadorizada representa um avanço significativo na radiologia. Em vez de usar uma única imagem, centenas de projeções de cortes finos (cortes) do corpo podem ser combinadas para criar um modelo tridimensional completo”, concluiu a especialista.

Veja abaixo um vídeo sobre uma múmia de um gato.

Cientistas 'desenrolam' digitalmente múmia de gato egípcia

Cientistas ‘desenrolam’ digitalmente múmia de gato egípcia




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Por: G1

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