De acordo com o boletim de ocorrência, o menor teria entrado em confronto com a polícia. Uma equipe da Polícia Rodoviária estava em patrulhamento preventivo quando viu o trio em atitude suspeita andando na beira da Rodovia do Imigrantes, na madrugada da última quarta-feira (7).
Os agentes decidiram desembarcar da viatura na altura do km 62, mas foram surpreendidos por disparos de arma de fogo. Um policial chegou a ser atingido no colete balístico. A equipe revidou, efetuou seis disparos e acertou um dos suspeitos.
A ambulância da Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), compareceu ao local e constatou a morte do jovem. Com o suspeito baleado, a PM Rodoviária disse ter encontrado um revólver com numeração suprimida.
O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial no Delegacia Sede de Cubatão. A arma que estava com o homem foi apreendida, bem como estojos, projéteis, uma arma falsa e um boné.
A mãe do jovem alega o filho foi uma vítima. “Parece que a gente está em uma guerra. Meu filho estava nesse meio [da confusão] e foi severamente, brutalmente atingido. Meu filho tinha muitos [sonhos]. Ele queria fazer engenharia, era o que ele mais queria”, disse a mulher, que preferiu não ser identificada.
Ela contou à equipe de reportagem que, recentemente, o menino pediu para que o inscrevesse para estudar no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Ao mesmo tempo, o adolescente fazia planos de arrumar um emprego como menor aprendiz. “Ainda não caiu [a ficha]. Acabou o sonho do meu filho”.
A mãe conta que Gabriel tinha saído de casa com os amigos. Ela lembra que um dos jovens ligou e pediu para ela confirmar se o filho havia chegado em casa. Assim que ela negou, os adolescentes contataram as ambulâncias e viaturas na rodovia.
A mulher ficou preocupada achando que o filho poderia ter sido atropelado. Ela se deslocou até a Rodovia dos Imigrantes, onde encontrou uma pessoa caída no chão.
“Eles [policiais] não me deixaram chegar perto. Nem eu e nem meu irmão, que chegou lá primeiro”. O tio levou os documentos do garoto. Porém, ao apresentá-los, ele foi informado de que o corpo no chão não era do jovem.
A mãe, no entanto, disse ter conseguido reconhecer o filho pela bermuda e a perna durante a perícia. “Falei que era meu filho, [mas] não deixaram ver. Falaram que depois da perícia deixariam”, contou.
Ela contou que o filho nunca teve contato com drogas ou com crime. “Alegam que ele estava com um revólver de brinquedo. Não entendo. Se era de brinquedo, por que foi alvejado? Ele nunca teve acesso a nada disso”.
A mãe disse, ainda, que não conhece essas duas outras pessoas que estariam com o filho no momento da abordagem policial.
“[Ele era um] menino maravilhoso. Só tinha 14 anos. Ele era um adolescente e chegou lá [no IML] como indigente”.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. A pasta apenas informou que a vítima baleada no confronto não havia sido identificada.
Caso aconteceu na madrugada desta quarta-feira (7) na altura do km 62 da Rodovia dos Imigrantes — Foto: Reprodução/Artesp
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