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Ao assumir presidência do Mercosul, Lula defende resposta ‘rápida e contundente’ para acordo com União Europeia

today4 de julho de 2023 6

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“O Instrumento Adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, afirmou no discurso.

As declarações foram feitas durante a cúpula do bloco, em Puerto Iguazú, na Argentina. O Brasil assume a presidência rotativa do grupo — formado ainda por Argentina, Paraguai e Uruguai— por seis meses.

No discurso, o presidente brasileiro também citou acordos com Canadá, Coreia do Sul e Singapura, e voltou a defender uma moeda comum para transações entre países do Mercosul. Disse ainda que o grupo precisa retomar “protagonismo” e que a presidência no bloco é uma “etapa essencial” para o “reencontro” do Brasil com a América do Sul (veja mais abaixo).



Acordo com a União Europeia

O presidente brasileiro disse que o Mercosul não tem interesse “em acordos que nos condenem ao eterno papel de exportadores de matérias-primas, minérios e petróleo”. No entanto, disse estar “comprometido” em concluir as negociações com o bloco europeu.

Cúpula do Mercosul: agenda brasileira quer destravar acordo do bloco com União Europeia

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“Estou comprometido com a conclusão do acordo com a União Europeia, que deve ser equilibrado e assegurar o espaço necessário para adoção de políticas públicas em prol da integração produtiva e da reindustrialização”, afirmou.

“Partindo dessas premissas, vamos revisar e avançar nos acordos em negociação com Canadá, Coreia do Sul e Singapura. Vamos explorar novas frentes de negociação com parceiros como a China, a Indonésia, o Vietnã e com países da América Central e Caribe”, afirmou.

G1 explica: a moeda comum que o governo brasileiro propôs para a América do Sul

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Lula também voltou a defender a adoção de uma moeda comum, que não o dólar, para transações comerciais entre países do Mercosul. Segundo o presidente, o motivo é diminuir o impacto que as flutuações da moeda norte-americana nos países da América do Sul.

“A adoção de uma moeda comum para realizar operações de compensação entre nossos países contribuirá para reduzir custos e facilitar ainda mais a convergência”, afirmou.

“Falo de uma moeda de referência específica para o comércio regional, que não eliminará as respectivas moedas nacionais”, continuou.

Integração e retomada de ‘protagonismo’

Lula disse que assumir a presidência do Mercosul é uma “etapa essencial do reencontro do Brasil com a região”. Citando o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, o petista afirmou que “nossa integração vai bem além do que um projeto estritamente comercial”.

“É preciso recuperar uma agenda cidadã e inclusiva, de face humana, que gere benefícios tangíveis para amplos setores de nossas sociedades”, disse.

Além de uma aproximação maior entre os países integrantes, Lula disse que “combater o ressurgimento do protecionismo no mundo, implica resgatar o protagonismo do Mercosul” na Organização Mundial do Comércio”.

Pelas regras do Mercosul, criado em 1991, os quatro países titulares se revezam na presidência do bloco com mandatos que duram seis meses.

Além dos países-membros, também existem os chamados Estados associados ao bloco, entre os quais Colômbia, Bolívia e Chile.

A reunião desta terça encerrou o mandato do governo argentino, que decidiu realizar a cúpula na região da tríplice fronteira com Brasil (Foz do Iguaçu) e Paraguai (Cidade do Leste).




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Por: G1

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