Os dois países, muito próximos geograficamente, haviam rompido relações diplomáticas em 2021 por conta do apoio de Madri ao Frente Polisário, um grupo separatista local.
Acompanhado de 12 de seus ministros, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, presidiu uma “reunião de alto nível” com seu homólogo marroquino, Aziz Akhannouch, em Rabat.
Foi a primeira entre os dois países desde 2015.
“Hoje consolidamos (…) a nova etapa que abrimos nas relações entre Marrocos e Espanha“, declarou Sánchez, que falou do “enorme potencial que resta a ser explorado nesta relação”.
Marrocos e Espanha travam há décadas um embate por conta da disputa territorial sobre o Saara Ocidental. A região, ex-colônia espanhola, é parcialmente controlada por Marrocos, que quer o governo total da área.
A Espanha sempre apoiou a realização de um referendo de autodeterminação, há anos reivindicado pelo Frente Polisário, que em 1985 entrou em uma guerra contra o Marrocos por cerca de 15 anos.
As tensões se acirraram em 2021, depois de o governo espanhol autorizar que o líder do Frente Polisário entrasse na Espanha para tratar um problema de saúde em um hospital de Madri. A permissão revoltou o governo marroquino, que, segundo a imprensa espanhola, liberou, em retaliação, que milhares de imigrantes cruzassem a fronteira entre o Marrocos e os enclaves de Ceuta e Melilla.
Desde então, ambos tentam, sem sucesso, um acordo pelo controle da área.
Mapa com localização de Ceuta e Melilla — Foto: Elcio Horiuchi/G1
Os dois países compartilham a menor distância entre a África e a Europa, no estreito de Gibraltar, o canal que separa o Mar Mediterrâneo do Oceano Atlântico. No trecho mais curto, a distância é de menos de 14 quilômetros, e a costa marroquina é visível a olho nu de praias do extremo sul da Espanha.
Em 2022, Pedro Sánchez começou a ensaiar uma reaproximação e aceitou apoiar oficialmente um plano de autonomia do Marrocos para o Saara Ocidental. Mas o desfecho não agradou a todos na Espanha.
O partido esquerda Podemos, membro da coalizão do governo e que controla vários Ministérios, não quis participar da viagem a Rabat. O Podemos foi contrário ao apoio de Sánchez ao plano de autonomia marroquino.
A oposição conservadora viu sinal de fraqueza política no acordo e também criticou o fato de Sánchez não ter sido recebido por Mohammed VI no encontro desta quinta-feira.
“A ausência de Mohamed VI mancha a cúpula hispano-marroquina”, noticiou o jornal El País (centro-esquerda).
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Por: G1
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