Após receber secretário dos EUA, Lula deve se reunir com chanceler russo nesta quinta

Assim como outros chanceleres, Sergey Lavrov está no Brasil para cumprir agendas relacionadas ao G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

Esta é a segunda visita de Lavrov ao país desde que Lula tomou posse como presidente (leia detalhes mais abaixo).

Após o encontro, o Planalto divulgou nota na qual afirmou que os dois discutiram diversos temas, entre os quais:

Os temas do encontro não foram confirmados oficialmente. No entanto, a reunião acontece às vésperas de a guerra entre Rússia e Ucrânia completar dois anos. A expectativa entre integrantes do governo é que o tema seja abordado.

Desde que tomou posse, Lula tem defendido que os países cheguem a um acordo. Lula também tem defendido que um “clube da paz”, formado por alguns países, possa mediar os termos, entre os quais China, Indonésia e Índia.

Conforme a Presidência da República, no encontro desta quarta-feira com Blinken, Lula citou o assunto.

Na ocasião, Lavrov afirmou que Brasil e Rússia têm visões similares sobre questões globais. O chanceler russo também agradeceu ao país por buscar uma solução para a guerra entre Rússia e Ucrânia.

“Estamos agradecendo pela contribuição em busca da solução deste conflito, deste problema. Estamos levando em consideração e precisamos resolver de forma duradoura. isto é muito importante”, disse Lavrov na ocasião.

A reunião entre Lula e Lavrov acontece em meio à crise diplomática com Israel. No último domingo (18), Lula comparou o que acontece na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus por nazistas.

Em um novo episódio da crise, nesta terça (20), Israel Katz publicou em uma rede social uma cobrança pública a Lula. “Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros”, escreveu Katz.

Em resposta, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, chamou o comportamento de “insólito” e “revoltante”. “É uma vergonhosa página da história da diplomacia de Israel, com recurso a linguagem chula e irresponsável”, acrescentou.

Em outubro do ano passado, o Brasil e Rússia apresentaram ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) propostas de resolução que, em linhas gerais, previam cessar-fogo e abertura de corredores humanitários. As resoluções foram rejeitadas.