O presidente do Níger, Mohamed Bazoum, foi detido por membros da Guarda Presidencial (GP) nesta quarta-feira (26), após sofrer uma tentativa de golpe de Estado. Em um comunicado na televisão local, soldados disseram que as fronteiras do país foram fechadas e um toque de recolher nacional declarado até novo aviso.
“Isso segue a deterioração contínua da situação de segurança e a má governança econômica e social”, disse o Coronel Amadou Andramane durante a transmissão. “Reafirmando o nosso compromisso de respeitar todos os compromissos assumidos pelo Níger, asseguramos à comunidade nacional e internacional que a integridade física e moral das autoridades serão respeitadas, de acordo com o princípio dos direitos humanos.”
Ainda de acordo Andramane, os secretários-gerais dos ministérios vão tratar do dia-a-dia e as forças de defesa e segurança coordenarão o cenário.
Segundo uma fonte ligada à presidência, que não quis ser identificada, “depois de alguns diálogos, a Guarda Presidencial recusou-se a libertar o presidente e o Exército lançou um ultimato”, provocado pelo “impulso” dos membros da guarda, que bloquearam o acesso ao palácio presidencial, na capital, Niamey.
No fim da tarde, a GP dispersou com tiros de advertência manifestantes apoiadores do presidente Bazoum. Eles tentaram se aproximar do Palácio Presidencial, onde Bazoum está preso.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) confirmou a “tentativa de golpe de Estado” e manifestou o seu “espanto e preocupação”, exortando “os autores deste ato a libertarem imediata e incondicionalmente o Presidente da República democraticamente eleito”.
O presidente do vizinho Benin, Patrice Talon, viajará para Niamey para tentar realizar a mediação entre a guarda presidencial e Mohamed Bazoum, anunciou o presidente nigeriano, Bola Tinubu.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, conversou com o presidente do Níger à tarde e manifestou “seu total apoio e solidariedade”, informou seu porta-voz. Horas antes, Guterres havia condenado “qualquer tentativa de tomar o poder à força”.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu pela libertação imediata do presidente Bazoum. “Se isso constitui um golpe tecnicamente ou não, não posso dizer, cabe aos advogados dizerem, mas o que claramente constitui é um esforço para tomar o poder pela força e romper a constituição”, disse ele.
Várias partes do Níger, país do Sahel, estão mergulhadas em uma onda de violência jihadista. Desde que se tornou independente da França, em 1960, o país sofreu várias tentativas de golpes de Estado, quatro delas bem-sucedidas, a última em fevereiro de 2010, quando o presidente Mamadou Tandja foi deposto.
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Por: G1
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