“O tribunal, presidido pelo juiz Jhonny Contreras Cuzcano, impõe penas de oito a quinze anos de prisão aos acusados por homicídio qualificado no #CasoCayara”, anunciou o Poder Judiciário na noite de sexta-feira (11) em uma rede social.
O caso remonta a 14 de maio de 1988, quando duas patrulhas entraram na comunidade camponesa de Cayara, onde torturaram e executaram camponeses com o intuito de obter informações sobre o assassinato de quatro militares na área durante um ataque do grupo Sendero Luminoso no dia anterior.
De acordo com o relatório final da Comissão de Verdade e Reconciliação (CVR, 2003), no conflito armado que o Peru viveu entre 1980 e 2000, cerca de 69.000 pessoas morreram, a maioria camponeses pobres da região dos Andes.
A CVR responsabilizou o Sendero Luminoso por ser o principal perpetrador de violações dos direitos humanos, mas acusou as forças de segurança que combateram a organização de também cometer crimes contra a humanidade.
As maiores sentenças (15 anos) pelo massacre de Cayara foram para os tenentes Marco Llontop Jesús e Luis Castañeda Marín, coautores do crime de homicídio qualificado. O restante dos membros das patrulhas, 16 soldados, terá penas de 8 anos de prisão.
O general aposentado do exército José Valdivia Dueñas, um dos líderes militares de Ayacucho durante os anos de conflito (1980-2000), não foi sentenciado por estar foragido da justiça desde dezembro de 2021.
O Ministério Público havia pedido até 25 anos de prisão para o militar reformado por crimes de homicídio e desaparecimento forçado.
A audiência foi virtual e sem público, encerrando 35 anos de busca por justiça para os familiares.
No julgamento, os militares rejeitaram as acusações, alegando que os camponeses estavam mortos quando chegaram a Cayara. Os militares culparam a guerrilha pelo crime, mas o tribunal descartou essa versão com base nos depoimentos de testemunhas que sobreviveram ao massacre.
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Por: G1
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